Nem se cala mais uma vez no interrogatório

Apesar de dizer que pretendia fazer uma reclamação e ter sido alertado pela promotora que aquele era o momento de falar, Nem preferiu permanecer em silêncio e não responder o interrogatório

Fonte: TJRJ

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A juíza Alessandra de Araújo Bilac Moreira Pinto, em exercício na 17ª Vara Criminal da Capital, presidiu nesta sexta-feira, dia 11, audiência de instrução e julgamento de um processo em que A.F.B.L., o Nem, responde por compra e venda de armas de fogo e entorpecentes na favela da Rocinha. Como tem feito em outras ocasiões, Nem utilizou-se do direito constitucional de permanecer calado e não responder o interrogatório.


Na audiência foram ouvidas três testemunhas de acusação. Todos eram inspetores da Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos (DRAE) na época das investigações. As testemunhas afirmaram que a investigação baseou-se em interceptações telefônicas feitas nos celulares de R.M.S. e A.G., que pertenceriam à quadrilha de Nem, e que se referiam a ele como "Papai". Pelas ligações, teria ficado claro que o "Papai" era o líder do tráfico na comunidade, o que fez os policiais chegarem à conclusão de que se tratava de Nem.


Os inspetores também afirmaram que Nem comandava o tráfico de drogas na Rocinha desde 2006 até a instalação da UPP e que era violento, apesar de querer parecer simpático aos olhos da comunidade, distribuindo presentes em datas especiais.


Um dos pontos principais da investigação aconteceu quando foi preso no Paraná um fornecedor de armas chamado L.C., que estava com uma lista contendo uma relação de armas e munições, com os respectivos preços, que coincidia com uma outra lista interceptada de uma mensagem de texto enviada por R.M.S., encomendando as armas por ordem de "Papai".


Ao ser interrogado, Nem disse que as únicas pessoas que o chamam de "papai" são seus filhos e reclamou por estar sendo processado "mais de dez vezes pelo mesmo fato".  Mas, apesar de dizer que queria reclamar sobre isso e de ter sido alertado pela promotora pública Patrícia de Oliveira Souza de que aquele era o momento de falar, Nem preferiu permanecer em silêncio e não responder o interrogatório.


A audiência terminou às 17h30. O Ministério Público e a defesa, agora, falarão no processo pedindo diligências, caso julguem necessário; em seguida, apresentarão as alegações finais e, no final, a juíza dará a sentença.

 

Palavras-chave: Interrogatório; Resposta; Investigação; Arma de fogo; Venda; Tráfico; Drogas

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