Mulheres sofrem seis vezes mais assédio sexual no ambiente de trabalho do que homens

Levantamento revela desigualdades de gênero nas reclamações trabalhistas brasileiras; 78% de quem alega diferença salarial em relação a pares na mesma função são mulheres.

Fonte: Enviado por Carolina Montuori

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Reprodução: Pixabay.com

Uma pesquisa da Forum Hub – plataforma online de aconselhamento jurídico para pessoas e empresas – revelou que, apesar dos esforços recentes de empresas para encurtar a desigualdade de gênero no ambiente de trabalho, mulheres ainda são as que mais sofrem com questões como assédio e demissão após licença parental.


De acordo com os números do levantamento, que ouviu 469 pessoas entre os meses de março e maio de 2023, 18% das mulheres já sofreram assédio sexual no trabalho, enquanto 3% dos homens relataram o mesmo problema – o que faz com elas sejam seis vezes mais suscetíveis de serem vítimas dessa violência do que seus colegas masculinos.


“Os números mostram um cenário que advogados em todo o Brasil já observavam no dia a dia da prática jurídica: a maioria dos clientes que sofrem com violações trabalhistas graves, incluindo o assédio, são mulheres. Isso nos mostra que, embora muito tenha se avançado  em temas como redução da desigualdade de gênero e promoção de ambientes mais inclusivos, é preciso acelerar o ritmo com o qual o mundo corporativo endereça essas questões”, analisa Patrícia Carvalho, CEO e cofundadora da Forum Hub.


"Os dados revelam um panorama que advogados em todo o Brasil já testemunhavam no cotidiano da prática jurídica: a maioria dos clientes que enfrentam violações trabalhistas sérias, incluindo assédio, são mulheres. Essa constatação evidencia a necessidade de acelerar o progresso no enfrentamento dessas questões, como a redução da desigualdade de gênero e a promoção de ambientes mais inclusivos. analisa Patrícia Carvalho, CEO e cofundadora da Forum Hub.


A pesquisa da startup jurídica também revelou que, das pessoas que sofrem assédio moral no trabalho, 71% são mulheres. 25% dos homens já passaram por isso, o que significa que elas sofrem quase três vezes mais assédio que os pares homens.


Outra desigualdade apontada pela pesquisa foi em relação à diferença salarial. Ao todo, 16% das mulheres relataram ganhar menos do que pares que têm a mesma função. Entre os homens, porém, o volume é bem menor: 6%. A diferença pode não parecer grande, mas ao se considerar que 78% das reclamações deste problema são de mulheres, fica evidente que existe uma relação desbalanceada.


Já quando o assunto é demissão no retorno da licença parental, 3% das mulheres já foram demitidas após voltarem da maternidade, e conforme dados de pesquisa da FGV publicados em 2022, até 50% perdem o emprego nos 24 meses após o retorno aos escritórios.  Por outro lado, nenhum homem relatou ter sido impactado pelo problema. “A licença paternidade tem um período de afastamento muito reduzido, obrigando o pai a retornar em poucos dias ao trabalho. Ainda são poucas as empresas que oferecem uma licença de meses – tal como a lei obriga no caso das mulheres – para seus colaboradores homens”, explica Carvalho.


Volume de trabalho e falta de pagamento


A pesquisa da Forum Hub também identificou que 37% dos homens responderam sofrer com a carga excessiva de trabalho. Entre as mulheres, foram 28%. “Contudo, o volume maior das tarefas domésticas, em geral, recai sobre as profissionais femininas. Ainda que no trabalho elas não sejam necessariamente mais sobrecarregadas do que os homens, existe toda uma cultura que as obriga a terem uma jornada dupla de serviço quando estão em casa”, pondera a CEO da startup.


Os homens também foram maioria nos relatos sobre não pagamento de horas extras: 14% deles já passaram por isso, em comparação com apenas 7% das mulheres. Já no que diz respeito a registros incorretos na carteira de trabalho, os percentuais são de 2% e 0,7% para homens e mulheres, respectivamente.


“Percebe-se que questões relacionadas a processos de gestão e RH impactam mais os homens, enquanto problemas culturais como assédio sexual e licença parental são mais comum entre as mulheres”, explica a CEO da Forum Hub.


Sobre a Forum Hub - Serviços advocatícios on-line para todo Brasil. A Forum Hub é a primeira startup que automatiza a busca por direitos no País, desde o aconselhamento ao processo de judicialização; utiliza tecnologias como Deep Learning e AI.

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