Mulheres dos 44 detentos que estão há sete dias em greve de fome no Centro de Readaptação Penitenciária (CRP) de Presidente Bernardes (a 589 km de São Paulo) protestaram neste fim-de-semana contra suspensão das visitas. A medida, que deve durar 30 dias, é usada como punição aos detentos, já que a greve foi considerada como falta disciplinar. Entre os punidos está Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado como principal chefe da quadrilha que atua nos presídios paulistas.

A manifestação das mulheres ocorreu de forma pacífica e silenciosa, com faixas e cartazes contra a medida. Neste domingo (12), o protesto começou às 11h20 e durou cerca de uma hora, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado.

Greve
A greve de fome começou na última segunda-feira (6) contra mudanças feitas nas celas depois das obras de reforma do presídio.

As reformas começaram em 20 de agosto, depois que os presos fizeram quebra-quebras em junho e julho, destruindo vidros, vasos sanitários, pias e as telas das entradas de ar. Os presos reclamam da instalação de placas de metal que reduziram a ventilação nas celas, da colocação de um vidro que impede o contato físico com as visitas e do cheiro de tinta dentro das celas.

Eles também contestam mudanças nas regras de permanência no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) desde a entrada do novo secretário de Administração Penitenciária, Antônio Ferreira Pinto. As novas regras obrigam os presos a dormir e acordar mais cedo e impede os abraços nos parentes nas visitas em datas festivas, como Dia dos Pais, Dia das Mães, Natal e Ano Novo.

Saúde
Marcola e outros cinco detentos apontados como membros da cúpula da quadrilha não quiseram receber os médicos que foram fazer os exames clínicos para avaliar sua saúde na quarta-feira (8) e quinta-feira (9). Os médicos só conseguiram avaliar visualmente o estado de saúde dos detentos, mas foi o suficiente para saber que nenhum deles passava mal.