Acusada de ter jogado, em 2006, a filha recém-nascida na lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte, S.C.S., 35, recebeu da Justiça de Minas Gerais o benefício da liberdade condicional.

A criança foi salva com vida por um vigia e um casal que passavam pela orla da lagoa e a retiraram um saco plástico preto que estava boiando na água. O caso ganhou repercussão nacional por conta de o resgate da criança ter sido filmado por um cinegrafista amador.

À época, eles disseram ter pensado que se tratava de um animal jogado na lagoa. S.C.S. foi presa dias depois. Ela foi condenada, em 2007, a nove anos de prisão por tentativa de homicídio.

De acordo com a Secretaria de Estado de Defesa Social de Minas Gerais (Seds), a mulher deixou na última segunda-feira (23) o complexo penitenciário Estevão Pinto, localizado no bairro Horto, na região leste da capital mineira.

Ela cumprirá o regime aberto, no qual o detento tem autorização para sair durante o dia, retornando à noite. Nessa modalidade, o preso não pode deixar a unidade prisional no fim de semana.

O juiz Guilherme de Azeredo Passos, da Vara de Execuções Criminais, e responsável pela medida, impôs condicionantes ao benefício dado à mulher. Segundo o magistrado, ela deverá em 30 dias “comprovar uma ocupação lícita”, além de comparecer bimestralmente perante o juízo para “prestar contas de suas atividades e fornecer prova de trabalho e residência”.

A mulher não poderá sair de casa após as 22h, somente em caso de trabalho noturno. Ela não poderá deixar Belo Horizonte e a região metropolitana por mais de 20 dias sem “prévia comunicação ao juiz”.

A Justiça já havia concedido o benefício a ela em dezembro do ano passado. No entanto, de acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, S.C.S. cometeu uma falta grave no presídio (ela teria entrado na unidade com uma câmera escondida), resultando no cancelamento da medida judicial.

O crime

À época, a mulher havia negado o crime e disse ter entregado a filha a uma andarilha. No entanto, de acordo com as investigações, ela teria escondido a gravidez do namorado e da família.

Após ter dado à luz em uma maternidade da capital mineira, ela teria planejado jogar a filha na lagoa. A criança foi adotada por uma família de Belo Horizonte escolhida pela Justiça.