MP pede condenação de ex-policial acusado de matar estudante que soltava pipa

O certo era ligar para a polícia. Ele tentou arrumar uma justificativa?, afirmou o promotor durante julgamento no 2º Tribunal do Júri da capital.

Fonte: TJRJ

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O promotor de Justiça José Luiz Martins Domingues pediu a condenação e disse que o ex-policial civil Leonardo Miranda Garcia de Souza teria tentado desfazer a cena do crime ao colocar no seu carro o estudante Piter Vieira Soares, de 22 anos, e transportá-lo por mais de duas horas, entre Jacarepaguá e o Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca. ?Ele sabia que a polícia teria que fazer a perícia. Ele retirou a vítima do local. O certo era ligar para a polícia. Ele tentou arrumar uma justificativa?, afirmou o promotor durante julgamento no 2º Tribunal do Júri da capital.

Presidido pelo juiz Paulo de Oliveira Lanzellotti Baldez, o julgamento começou hoje, dia 31, às 11h30, e está previsto para terminar no final da noite. Os debates entre Ministério Público estadual e a defesa começaram no final da tarde. Neste momento, a defesa iniciou a sua explanação.

Leonardo Miranda é acusado da morte do estudante em 25 de junho de 2006. O jovem foi atingido por um tiro na cabeça, disparado pelo ex-policial, ao subir no muro de um terreno onde Leonardo Miranda morava há dois anos, na Estrada do Camorim, nº 926, em frente ao nº 11 da Rua Quatro. Vestido de bermudas e sem camisa, a vítima tentava pegar sua pipa, presa na fiação da rua, juntamente com um amigo. Ao ser baleado, o jovem caiu na calçada da rua, do lado de fora do terreno.

Durante o interrogatório, o réu confessou o crime, mas alegou legítima defesa. Ele disse que o estudante e o amigo não obedeceram à sua ordem para saírem do muro. Quanto à demora em procurar hospital para a vítima, o acusado declarou que foi, inicialmente, ao Hospital de Vargem Grande, mas ao chegar lá constatou que era um posto de saúde. Só então, dirigiu-se ao Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.

Ainda de acordo com ele, o crime foi uma tragédia na vida de duas famílias, pois uma, perdeu um filho, e outra, viu o filho privado de sua liberdade. O trailer onde o réu morava no terreno foi queimado por moradores do local, bem como duas motos, um carro e uma bicicleta de sua propriedade.

Para o Ministério Público estadual, o homicídio foi cometido por motivo fútil e o ex-policial teria agido de forma consciente e com vontade de matar. O promotor de Justiça disse também que, morador da região há 17 anos, o réu conhecia a vítima e sabia do hábito de soltar pipas dos moradores. ?Ele era policial, fez a curso na Academia de Polícia?, disse o promotor José Luiz Domingues.

A fim de esclarecer os jurados, o acusado trouxe para o plenário do 2º Tribunal do Júri, em sua defesa, uma maquete do trailer onde morava e das demais casas nas imediações, além de um DVD com reportagens sobre o crime na época. Foram ouvidas apenas duas testemunhas, um irmão e um primo da vítima. O júri é composto por quatro homens e três mulheres.

Processo nº 0075748-26.2006.8.19.0001

Palavras-chave: condenação

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1 Comentários

Antonio de Assis Nogueira Júnior Funcionário Público Federal02/06/2010 17:04 Responder

São Paulo, 02 de junho de 2010. Senhor Diretor: Como está noticiado o Autor do homicídio por motivo fútil é deveras CÍNICO e COVARDE. O Promotor de Justiça tem razão: Ele queria mesmo matar alguém conhecido naquele dia e conseguiu. O Brasil é assim mesmo: país da barbárie sem fim. Em não havendo pena de morte nem a de prisão perpétua, o Brasil continuará sendo o país da impunidade, cujos familiares das vítimas estarão "presos na prisão perpétua" que o agente do crime hediondo também quis assim. Estou cansado de repetir a mesmo opinião: O Brasil tem que evoluir e adotar, pelo menos, a PENA DE PRISÃO PERPÉTUA. Enquanto isso... vamos tentar sobreviver. País tropical de .... Respeitosamente, Antonio de Assis Nogueira Júnior Bacharel em Direito

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