MP obtém condenação de delegado a 10 anos de prisão por corrupção
Juntamente com o mais três acusados, a filha do delegado também foi condenada à pena de oito anos e quatro meses pela participação na fraude
A Justiça de Bertioga condenou a 10 anos e 8 meses de prisão, em regime inicial fechado, o delegado de polícia E.L.F., denunciado pelo Ministério Público por falsidade ideológica e corrupção passiva. De acordo com a denúncia, Ferrarezi construiu em Riveira de São Lourenço uma mansão avaliada em R$ 1,2 milhão, valor incompatível com seus vencimentos, e falsificou documentos particulares para ocultar a propriedade. A sentença também decretou a perda do cargo de delegado de polícia e o perdimento da propriedade em favor da União.
Na mesma ação penal foram condenados a filha do delegado, C.A.F.M., à pena de 8 anos e 4 meses de reclusão no regime inicial fechado, M.C.S., à pena de um ano e seis meses de reclusão no regime inicial aberto, e F.A.O. e S.L.M.M., ambos à pena de 1 ano e 2 meses de reclusão no regime inicial aberto, todos por participação na fraude.
De acordo com a denúncia, formulada pelos Promotores de Justiça do Grupo de Atuação Especial de combate ao Crime Organizado (GAECO) – Núcleo Santos, C.A.F.M. atuou como testa-de-ferro de seu pai E.L.F., e ambos previamente conluiados com Marcelo Caldas Freitas, engenheiro, se valeram dos “laranjas” F.A.O.e S.L.M.M., para ocultarem o verdadeiro proprietário da mansão: o delegado E.L.F.. Para tanto, confeccionaram falsos instrumentos de compra e venda, fraude que foi descoberta quando um dano ambiental foi descoberto na construção da casa.
Testemunhas afirmaram que o delegado recebia dinheiro ilícito de empresários que promoviam o jogo ilícito de bingo na Baixada Santista e de empresas de ônibus para impedir perueiros de trabalhar em Bertioga, além de exigir dinheiro de pessoas para que não fossem presas.
C.A.F.M. alegou que a propriedade era sua, mas para a Justiça, a filha do delegado não conseguiu comprovar que tinha rendimentos suficientes para tocar a obra e simulou uma série de empréstimos entre ela e o pai para sustentar sua versão, que acabou desmontada pelas provas colhidas pelo Ministério Público. Um laudo pericial apontou movimentação financeira em dinheiro do delegado para a filha, sem origem comprovada.