Mohammed conta detalhes do assassinato de Cara

Ao chegar à casa do estudante, a inglesa pediu-lhe dinheiro, mas Mohammed disse que não tinha e se dirigiu ao quarto, onde pegou 50 gramas de cocaína, jogou em cima da mesa da sala e continuou cortando e cheirando.

Fonte: TJGO

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O estudante Mohammed D´Ali Carvalho dos Santos contou ontem (26) ao juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 1ª Vara Criminal de Goiânia, detalhes sobre o assassinato e esquartejamento do corpo da inglesa Cara Marie Burke, de 17 anos, ocorrido em julho deste ano e do qual foi acusado. Dizendo-se arrependido, ele afirmou que no dia do fato estava ?muito doido?, pois havia dias que usava apenas água, cocaína e crack. ?Cocaína não dá fome. Se eu não tivesse cheirado, não teria matado Cara, porque nos dávamos muito bem?, comentou, afirmando que tem a intenção de se casar com sua atual namorada e deixar o vício de drogas, que ?só atrasa a vida?.

Mohammed relatou que conheceu Cara em Londres, em 2006, e chegou a ter algumas relações sexuais com ela, tendo prosseguido, contudo, apenas como amigo dela. Ele voltou para o Brasil em companhia dela em abril deste ano e Cara ficou hospedada em sua casa durante um mês, período após o qual ela voltou para Londres. Ainda de acordo com Mohammed, a inglesa voltou para o Brasil 20 dias depois e passou a morar com ?um cara? no Jardim Novo Mundo. ?Ela não era de usar drogas como eu, mas éramos amigos?, relatou. Segundo ele, no dia do fato Cara ligou dizendo que seu relacionamento não estava dando certo e pedindo para ficar em sua casa, ao que ele respondeu dizendo-lhe que poderia arrumar as malas e vir.

Facadas

Ao chegar à casa do estudante, a inglesa pediu-lhe dinheiro, mas Mohammed disse que não tinha e se dirigiu ao quarto, onde pegou 50 gramas de cocaína, jogou em cima da mesa da sala e continuou ?cortando e cheirando?. Nesse momento, segundo ele, Cara comentou que ele não tinha dinheiro para lhe dar, mas tinha para comprar drogas. Em seguida, ela afirmou que ligaria para a mãe dele e para um policial da Rotam, aos contaria tudo. Sem dar atenção, ele foi até a cozinha pegar uma faca para ?cortar a pedra de cocaína? mas, ao voltar, percebeu que Cara estava ao telefone, momento em que ela disse que ?estava chamando lá?. Irritado com a atitude da estudante, Mohammed iniciou uma discussão com ela e passou a esfaquear-lhe.

O acusado disse que, depois de matar Cara, foi a uma festa, onde continuou usando drogas e, ao voltar, deparou-se com o corpo dela estendido no chão e passou a cortar-lhe os membros. A cada parte do corpo cortada, ele ?cheirava um pouco mais de cocaína e depois voltava?. Ainda segundo afirmou no interrogatório, demorou cerca de duas horas para esquartejar Cara, tendo, após isso, colocado as partes dentro de duas malas. Na mesma ocasião, pegou uma das malas e acomodou em um carro de propriedade de Cristiano Cardoso Silva, sem que ele soubesse, pois já havia emprestado o veículo dias antes.

Mohammed afirmou, no entanto, que procurou Cristiano e pediu-lhe para acompanhá-lo na solução de um problema, tendo Cristiano entrado no veículo. Algum tempo depois, relatou ao amigo que havia um corpo no carro, momento em que o rapaz desceu do veículo. Mohammed seguiu sozinho até um rio perto de Bonfinópolis, onde despejou as partes do corpo de Cara que estavam na mala, e mais tarde voltou para casa, pegou a outra mala e a levou até o Rio Meia Ponte, onde novamente jogou os restos mortais da vítima. Ao voltar, ele ficou até cinco horas da manhã limpando a casa, fumando crack e cheirando cocaína. Depois foi dormir. ?Eu não pensava em nada. Só em drogas?, afirmou.

Palavras-chave: assassinato

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