A mãe de uma menina que foi torturada em Araçatuba, no interior de São Paulo, pelo padrasto, S.A.F., de 21 anos, foi presa na noite de quinta-feira. A Justiça determinou a prisão preventiva da mulher. Segundo a decisão da Justiça, há indícios de que S.A.F. filmou, fotografou e participou de todas as situações praticadas contra a filha, sem tentar impedir a conduta do padrasto, o empresário M.M.S., de 35 anos. Ainda segundo a decisão, manter S.A.F. solta é colocar em risco a integridade física da filha, de dois anos.

Em depoimento à polícia, a mãe nega que tenha participado dos vídeos e que não sabia que a filha era vítima das maldades de seu marido. Scaranello e a mulher foram indiciados pelos crimes de tortura e por guardar material considerado pornográfico da criança.

A polícia afirmou que no momento em que Scaranello foi preso, a menina estava trancada sozinha dentro de um quarto e que encontrou fotos da enteada nua no celular dele. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária, o empresário foi transferido nesta semana  para a penitenciária de Tremembé (SP). O homem permanecerá separado dos demais presos por dez dias.

A garota continua sob os cuidados do Conselho Tutelar e recebe auxílio de psicólogos e assistentes sociais. O pai e a avó materna solicitaram a guarda judicial da menina. 

A polícia divulgou os vídeos da criança sendo torturada pelo padrasto. Em um deles, ela aparece amarrada pelas pernas com fita adesiva. O padrasto fala para a menina andar e ri quando ela cai no chão. Em outro vídeo, o empresário grita e assusta a menina, que tenta cochilar. 

Outra gravação mostra a menina dormindo no carro, presa pelo cinto de segurança. Como a cabeça dela balança de um lado para o outro, por causa do movimento do carro, o padrasto afirma que a menina ficou com sono após tomar uísque. Desta vez, quem está filmando é a mãe da criança.

A mãe perdeu a guarda da filha depois que um laudo da perícia feita no computador e nos celulares do casal mostrou que ela também participava de alguns vídeos que mostram a criança sendo maltratada. O padrasto afirmou à polícia que os vídeos faziam parte de uma brincadeira.