O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu hoje recuar da decisão de expulsar do país o jornalista Larry Rohter, do "New York Times", segundo o líder do PSB no Senado, João Capiberibe (AP).

A não-cassação do visto para o jornalista continuar a trabalhar no país dependeria, no entanto, de sua retratação ou da direção do "NYT" sobre a matéria que trata de supostos excessos no consumo de álcool pelo presidente.

Capiberibe participou de reunião de líderes da base do governo com Lula nesta manhã, no Palácio do Planalto. Os líderes convocaram a reunião para tentar convencer o presidente a rever a decisão após a repercussão negativa no Brasil e no exterior.

No entanto, Capiberibe disse ter saído convencido das razões do presidente para a expulsão. "Os líderes saíram convencidos de que Lula está certo", disse. "Vim aqui para conversar com o presidente sobre a conveniência da decisão, mas agora dou razão a ele. A matéria se refere até ao pai do presidente, diz que ele era alcoólatra", afirmou.

O líder do PSB disse ainda que a reportagem publicada neste final de semana leva a uma "posição preconceituosa em relação ao presidente" e prejudica até negociações dos interesses brasileiros no exterior, como a Alca (Área de Livre Comércio das Américas) ou o fim dos subsídios agrícolas dos Estados Unidos e da Europa. O próprio Lula teria dito que há perdas para os interesses econômicos brasileiros.

Da reunião também participaram os ministros José Dirceu (Casa Civil) e Aldo Rebelo (Coordenação Política); o vice-presidente José Alencar; líderes do PMDB, PT, PTB e do governo; além do presidente do Senado, José Sarney.