Lava-Jato: R$ 139 milhões de Barusco já estão depositados no Brasil

O valor é recorde. Até então, todo dinheiro repatriado de contas no exterior estava na casa de R$ 45 milhões

Fonte: O Globo

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BRASÍLIA - A iniciativa da força-tarefa do Ministério Público Federal de tentar a repatriação do dinheiro desviado pelo engenheiro Pedro Barusco, um dos principais delatores das fraudes em contratos de empreiteiras com a Petrobras, surtiu efeito. Parte do dinheiro, R$ 139 milhões, já está depositado em conta da Justiça Federal do Paraná, segundo disse ao GLOBO uma autoridade que acompanha o caso de perto. É o maior volume de dinheiro de corrupção já repatriado. Até então, todo dinheiro que retornou aos cofres públicos de contas no exterior estava na casa de R$ 45 milhões.

Barusco confessou o recebimento de aproximadamente US$ 100 milhões em suborno.

Os recursos estavam escondidos em contas secretas na Suíça. A repatriação, antes do fim dos processos da chamada Operação Lava-Jato, só foi possível porque Barusco concordou em devolver aos cofres públicos todo o dinheiro de origem ilícita acumulado ao longo de anos de corrupção na Petrobras. Em novembro passado, os procuradores Deltan Dellagnol e Orlando Martello estiveram na Suíça para reforçar o pedido de repatriação.

As negociações foram intensificadas pelo secretário de Cooperação Judiciária da Procuradoria Geral da República, Vladimir Aras, a partir de Brasília. Para os procuradores, a recuperação imediata de somas expressiva é prova da eficácia da investigação sobre desvios da Petrobras, um trabalho que começou cercado de dúvidas. As somas repatriadas são um marco nas investigações criminais.

Na terça-feira, Barusco afirmou na CPI da Petrobras que houve repasse de recursos por meio do esquema que operava na estatal para a campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010. Barusco contou que foi pedida uma doação à empresa holandesa SBM Offshore. Os recursos foram repassados a ele, que fez posteriormente um “acerto de contas” com João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, para que o dinheiro chegasse ao partido.

De acordo com o relato do ex-gerente, foi pedida uma contribuição de campanha para a SBM. Barusco conta que o representante da empresa holandesa no Brasil, Julio Faerman, repassou os recursos a ele e que foi feita uma negociação com Vaccari no caixa de propinas. No início do depoimento, Barusco reafirmou que ele próprio, o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e o tesoureiro do PT, João Vaccari, recebiam recursos do esquema de propina da Petrobras.

O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa se disse “chocado” com o depoimento de Pedro Barusco à CPI da Petrobras. No Twitter, na madrugada desta quinta-feira, Barbosa listou ainda momentos históricos de ruptura de regimes, e pediu uma reflexão. Segundo ele, no Brasil, “pouca gente pensa nas ‘voltas’ e nas ‘peças’ que a História dá e aplica”.

Palavras-chave: Brasil Operação lava jato Pedro Barusco CPI Petrobras

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