Na madrugada desta sexta-feira, dia 11, a juíza Ludmila Vanessa Lins da Silva, do 1º Tribunal do Júri da Capital, leu a sentença em que os sete jurados, quatro mulheres e três homens, absolveram o ex-policial militar F.C.S.O., conhecido como “Chico Bala”, e H.C.S., o “Escangalhado”.  Eles foram denunciados por tentativa de homicídio qualificado contra A.L.B.M. e roubo, também qualificado, contra a Cooperativa de Transporte Alternativo - CoopVida. 

Durante o julgamento, que começou às 10h15 de quinta-feira, dia 10, a principal testemunha, a vítima A.L.B.M., voltou atrás em suas declarações anteriores prestadas à Polícia e à Justiça, em que afirmara a participação dos réus nos crimes. Ele disse que foi coagido pelo sargento J.F., já falecido, a acusar os dois réus pelo roubo à CoopVida e também pelos inúmeros disparos feitos em sua direção, em 19 de julho de 2008, na Praça do Sete de Abril, em Paciência, Zona Oeste do Rio. Questionado, disse que acreditava que o militar queria o comando dos transportes alternativos na área. Também surpreendeu aos presentes ao declarar que “sempre soube que F.C.S.O. (Chico Bala) combatia as milícias”.  

A magistrada ouviu ainda outras três testemunhas, duas de acusação - os PMs D.O.A. e C.F.L.N. - e uma de defesa, o delegado Marcos Neves, responsável pelo inquérito policial. A promotora de Justiça Patricia Mothé Glioche Béze, que em mais de três horas, durante os debates, ratificou seu pedido de acusação, solicitou a exibição no plenário da filmagem de depoimentos em que apareciam, dentre outros, o miliciano Batman, o que foi atendido pela juíza. Após, os advogados dos réus, durante duas horas e meia, pediram a absolvição dos acusados. O Conselho de Sentença acolheu as teses das defesas, absolvendo os acusados das imputações descritas na denúncia e na pronúncia.