O julgamento do astro pop Michael Jackson deverá se encerrar esta semana, ou no máximo na seguinte, com o veredito do júri que poderá mandá-lo para a cadeia por 20 anos se levar em conta todas as 10 acusações a que responde por abuso sexual do adolescente Gavin Arvizo, que tinha 13 anos e se tratava de um câncer quando houve o suposto crime. Na quarta-feira, começam as deliberações finais da promotoria e da defesa e, a seguir, o júri se retira para deliberar.

O promotor Tom Sneddon deverá dizer que Jackson tem um histórico de abusos sexuais de menores e nunca foi punido por isso graças às manipulações que o levaram a conceder milhões de dólares para se livrar de acusações no passado. O advogado Thomas Mesereau dirá que a família de Gavin Arvizo aproveitou a doença dele para faturar alto com pedidos de ajuda a celebridades e que Jackson foi vítima das maquinações deles.

A defesa encerrou seu caso na sexta-feira logo após a exibição, a pedido da promotoria, de um vídeo no qual Gavin afirma que Jackson o masturbou quatro ou cinco vezes depois de lhe dar bebidas alcoólicas. A entrevista foi gravada em julho de 2003, mas os promotores esperaram até o último dia dos quatro meses de testemunhos para mostrá-la.

O menino, pouco à vontade e quase chorando, é interrogado por dois detetives da polícia. Ao responder a uma pergunta do detetive Steve Robel sobre ter sido tocado de forma imprópria por Jackson, o adolescente ficou em silêncio por cerca de 15 segundos, antes de descrever uma noite na propriedade de Neverland que começou com bebidas e acabou com o episódio de masturbação.

- Ele colocou as mãos nas minhas calças - disse o menino em sussurros. - Ele começou a me masturbar. Eu disse a ele que não queria fazer aquilo. Ele ficava dizendo que queria me ensinar. Dizia que estava tudo bem, que não havia nada de errado com aquilo, que era natural.

Juristas disseram que as imagens devem ter alto impacto sobre o júri e a decisão da defesa de não chamar novos depoimentos, depois de dizer que ia convocar a mãe e o rapaz, pode prejudicar Jackson. A defesa achou que estava claro no vídeo que se tratava de um depoimento ensaiado.