Jefferson promete novas denúncias contra Dirceu em acareação

Fonte: UOL

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SÃO PAULO (Reuters) - Em mais uma entrevista, desta vez à TV, o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) garantiu que guarda munição contra o ex-ministro José Dirceu e vai revelá-la em acareação entre os dois na CPI dos Correios, ainda sem data marcada.

"Tem coisas que guardei para o Zé Dirceu na acareação", disse Jefferson ao programa "Canal Livre" da Rede Bandeirantes, no domingo à noite.

Pressionado pelos jornalistas, adiantou apenas que "ele sabe o que é... são fatos irreversíveis" e que estão "no arquivo" da memória do deputado.

"O Brasil precisa nos ver naquela hora", disse, prevendo que a acareação, se ocorrer, deverá ser transmitida ao vivo.

O deputado, presidente licenciado do PTB, contou que todas as conversas das quais participou com Dirceu trataram de temas "republicanos e não republicanos", dando a entender que seriam tratativas para acordos legais e ilegais.

O ex-ministro é o principal alvo dos ataques de Jefferson desde que foi divulgado, em 14 de maio, seu suposto envolvimento em um esquema de corrupção nos Correios, em que um chefe de departamento da estatal embolsa 3 mil reais e diz agir sob o comando do deputado.

Jefferson tem dito que a gravação do episódio que chegou à imprensa foi obra da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que atuava a mando do então ministro-chefe da Casa Civil.

Ele disse ao programa que as atitudes de Dirceu contra ele vêm do conselho de Jefferson para que o então ministro deixasse o cargo no episódio do ex-assessor da Casa Civil Waldomiro Diniz no início do ano passado. Disse ainda, sem detalhar, que seriam fruto da não participação dos partidos aliados no governo.

DEU ERRADO

As denúncias de Jefferson sobre a existência de uma mesada paga pelo PT a deputados do PP e do PL vieram na esteira de sua defesa em relação à gravação feita nos Correios e acabaram por derrubar Dirceu dez dias depois do início das acusações.

"Essa política que o Zé Dirceu fez com o (José) Genoino (presidente do PT) e o Delúbio (Soares, tesoureiro do PT) não deu certo", disse Jefferson.

"Agora, se nomear (ministros) não adianta", afirmou, referindo-se à reforma ministerial que está em curso. Sugere que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "feche", segundo sua expressão, e "mande". Ou seja, que escolha novos ministros do PT e utilize nas estatais apenas funcionários de carreira e não mais representantes de partidos.

Ele voltou a confirmar o recebimento de 4 milhões de reais do publicitário Marcos Valério de Souza a pedido do PT mas não quis revelar o destino do dinheiro.

"Se destinei não vou dizer. Recebi na pessoa física. Não vou prejudicar inocentes. Se o PT me der o recibo eu retifico (as contas)." O valor era parte de 20 milhões de reais que seriam doados pelo PT ao PTB nas eleições municipais do ano passado. O PT nega.

Sobre falta de provas, Jefferson, advogado criminalista no sexto mandato de deputado, diz que acredita na "verossimilhança" e deu como exemplo a revelação dos saques em dinheiro nas contas de agências de publicidade de Marcos Valério, acusado de ser o operador dos pagamentos excusos do PT.

(Por Carmen Munari)

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