Janot quer dez dias para rever parecer sobre planos econômicos

Febraban contestou cálculos feitos pelo Ministério Público sobre os lucros das instituições financeiras

Fonte: EBC Notícias

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O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse nesta quarta-feira (28/5) que, se o STF (Supremo Tribunal Federal) autorizá-lo a rever o parecer da Procuradoria-Geral o sobre julgamento das ações sobre perdas de rendimento de cadernetas de poupança, por causa de planos econômicos das décadas de 1980 e 1990, pretende devolver o processo em, no máximo, dez dias. A pauta do STF prevê a retomada do julgamento das ações a partir desta quarta-feira à tarde.


Segundo ele, o pedido para que a Suprema Corte adiasse o julgamento das ações, permitindo a apresentação de novo parecer, ocorreu porque a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) contestou os cálculos feitos pelo Ministério Público acerca dos valores que os bancos teriam lucrado com a implementação dos planos econômicos.


“O que pedi [ao STF] foi que pudesse falar sobre esse documento da Febraban contrapondo os cálculos da Procuradoria-Geral, porque, se efetivamente erramos, reconheceremos nossos erros e, se não, reafirmaremos os nossos cálculos. Segundo a indicação deles, os nossos números estão superestimados. Os números reais seriam bem menores. É preciso cautela. Não queremos induzir o Supremo ao erro”, disse Janot.


O procurador-geral descartou a possibilidade de prescrição devido à demora do julgamento. “Prescrição, não. O processo está em curso. Se o Supremo baixar a diligência para que eu possa verificar a correição ou não dos nossos cálculos, pretendo devolver o processo em dez dias.”


O julgamento foi iniciado em dezembro do ano passado com as sustentações orais do Banco Central e dos advogados dos poupadores. No entanto, os ministros decidiram adiar a conclusão, para que o assunto seja definido de uma só vez. Há 390 mil processos parados em várias instâncias do Judiciário aguardando a decisão do Supremo.


O STF vai definir se os bancos têm de pagar a diferença das perdas no rendimento de cadernetas de poupança, causadas pelos planos Cruzado (1986), Bresser (1988), Verão (1989), Collor 1 (1990) e Collor 2 (1991). A principal ação em julgamento é a da Confederação Nacional do Sistema Financeiro, que pede confirmação da constitucionalidade dos planos econômicos. Os ministros do STF vão analisar também as ações do Banco do Brasil, do Itaú e do Santander.


Na mesma ação, o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) pede que os bancos paguem aos poupadores os prejuízos financeiros causados pelos índices de correção dos planos inflacionários. Segundo o procurador do Banco Central, Isaac Sidney Menezes Ferreira, o sistema bancário pode ter prejuízo estimado em R$ 149 bilhões, caso o Supremo decida que os bancos devem pagar a diferença.

Palavras-chave: direito constitucional planos econômicos adiamento

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1 Comentários

maria antonietta bartolomei advogada30/05/2014 16:04 Responder

Prezada Procuradoria. Até você nos traiu. Você que deveria estar do nosso lado. Tenho vergonha de ter me naturalizado brasileira. Que decepção. Se só precisa de 10 dias porque não fez isso antes? Será que vão duvidar das contas do banco suíço? Tudo não passa de pretexto para adiar e adiar sempre o julgamento dos processos porque os poupadores têm razão e vocês não sabem o que fazer. Na advocacia, quando um processo está perdido, a estratégia é ganhar tempo. Isso todo mundo sabe. Vergonha !!!!!!!!!!!

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