Instituto Royal encerra suas atividades após invasão
Associados decidiram, em assembleia, interromper pesquisas com animais, alegando danos irreparáveis
O Instituto Royal anunciou nesta quarta-feira (6) que irá interromper definitivamente as atividades de pesquisas com animais realizadas no laboratório de São Roque, no interior de São Paulo.
"Os associados concluíram que está irremediavelmente comprometida a atuação do Instituto Royal para dar continuidade à realização pesquisa científica e testes mediante utilização de animais", diz a nota.
Um grupo de ativistas invadiu o laboratório na madrugada do dia 18 de outubro, acusando o instituto de maus-tratos aos animais. Os ativistas levaram 178 cachorros da raça beagles e alguns coelhos que eram usados em testes.
Veja a nota na íntegra:
Em assembleia geral extraordinária realizada entre seus associados, o Instituto Royal, por meio de seu Conselho Diretor, vem a público informar a decisão de interromper definitivamente as atividades de pesquisa em animais, realizadas em seu laboratório de São Roque.
Tendo em vista as elevadas e irreparáveis perdas e os danos sofridos em decorrência da invasão realizada no último dia 18 - com a perda de quase todo o plantel de animais e de aproximadamente uma década de pesquisas -, bem como a persistente instabilidade e a crise de segurança que colocam em risco permanente a integridade física e moral de seus colaboradores, os associados concluíram que está irremediavelmente comprometida a atuação do Instituto Royal para dar continuidade à realização pesquisa científica e testes mediante utilização de animais.
Por este motivo, o Instituto decidiu encerrar suas atividades na unidade de São Roque.
A interrupção acarretará o desligamento de funcionários, todos já comunicados da decisão. Mantém-se, por ora, o Comitê de Ética formado por colaboradores do laboratório, que conta com veterinários, biólogos e membros da Sociedade Protetora dos Animais, conforme a legislação vigente. A decisão, por ora, não afetará a unidade Genotox, de Porto Alegre, onde não se faz experimentação animal.
Com o intuito de preservar a integridade dos animais remanescentes que ainda estão sob seus cuidados, o Instituto Royal tomará as providências necessárias junto aos órgãos regulatórios competentes, para assegurar que continuem sendo dados a eles tratamento e destinação adequados.
Desde 2005, o Instituto Royal realiza testes pré-clínicos com vistas ao desenvolvimento de medicamentos para o tratamento de doenças como câncer, diabetes, hipertensão, epilepsia entre outros. Com essa decisão, interrompe-se o trabalho do único Instituto laboratorial do Brasil capacitado e regulamentado para exercer este tipo de pesquisa. A partir de agora, qualquer empresa interessada na realização de testes para registro de medicamento será obrigada a realizar suas pesquisas fora do País, até que outro laboratório seja credenciado pelo CONCEA (Conselho Nacional de Controle e Experimentação Animal) para essa atividade.
Todos os testes desenvolvidos no Instituto Royal atendiam aos princípios de boas práticas de laboratório (BLP) e também às normas para cuidados dos animais do CONCEA, estando também regulamentadas por protocolos internacionais, tais como o da European Medicines Agency e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico.
O Instituto Royal acredita que as ações violentas ocorridas no dia 18 de outubro são resultado de dois fatores complementares: as inverdades disseminadas de forma irresponsável - e por vezes oportunista - associadas à falta de informação pré-existente. As consequências dos atos advindos dessa equação resultaram não somente em prejuízo para a instituição, que fecha suas portas, mas também e mais gravemente para a sociedade brasileira, que assiste à inutilização de importantes pesquisas em benefício da vida humana.
É inquestionável o direito de todo cidadão ou instituição expressar suas opiniões e propor à sociedade brasileira o debate sobre temas de interesse público. Não se pode anuir, contudo, com as atitudes de violência que cercaram os episódios envolvendo o Instituto Royal. Uma sociedade organizada e civilizada não pode aceitar que a pesquisa científica seja constrangida por grupos de opinião que preferem o uso da força e da violência em detrimento das vias institucionais e democráticas para travar debates.
O ambiente de insegurança gerou – e continuará gerando - prejuízos para a ciência brasileira, na medida em que não assegura aos cientistas um ambiente institucional adequado para o desenvolvimento de pesquisas cujo objetivo, em última análise, é o de salvar vidas. A consequência deste cenário de hostilidade é o desestímulo à fixação e permanência das melhores mentes científicas em nosso País.
O prejuízo causado ao Instituto Royal não é mensurável. Mas é certo que o Brasil inteiro perde muito com este episódio, lamentavelmente.
sandra santana advogada07/11/2013 0:04
Graças a Deus! Uma vitória em defesa dos animais.
Pablo Silva Servidor Público07/11/2013 12:25
Falta agora os \\\"ativistas\\\" invadirem o Instituto Butantã e libertar as cobras. Seria interessante ver a \\\"thurma\\\" sair com as cascavéis enroladas no pescoço.
Constancio Pinheiro Sampaio advogado 07/11/2013 13:02
SE POR UM LADO É CÔMICA A COMPARAÇÃO, POR OUTRO NÃO AFASTA A VERDADE QUE VAI FICAR....OU SEJA, O INSTITUTO QUE DESENVOLVIA PESQUISAS PRA CURA DE DOENÇAS FECHA AS PORTAS, E A SOCIEDADE PROTETORA DOS ANIMAIS SAI VITORIOSA, MAS É PRECISO SALIENTAR QUE OS INTEGRANTES DESSA SOCIEDADE SÃO SERES HUMANOS SUJEITOS ÀS VICISSITUDES DOS VIRUS, DAS BACTÉRIAS....AGORA É PAGAR PRA VER A INATIVIDADE DA SOCIEDADE E DO GOVERNO BRASILEIROS. O BRASIL VAI CONTINUAR IMPORTANDO MEDICAMENTOS E DEIXARÁ DE INVESTIR EM PESQUISAS...UMA COISA EU SEI...VOU GASTAR ATÉ O ÚLTIMO CENTAVO QUE TIVER PRA IMPORTAR MEDICAMENTOS PQ ENTRE A VIDA DE UM ANIMAL E A MINHA VIDA....NÃO HÁ ESCOLHAS.
ANDRÉ LUIZ ROSA VIANNA advogado07/11/2013 20:53
Não se iludam, esse Instituto NÃO TINHA AUTORIZAÇÃO do CONCEA para funcionar até agosto de 2013, quando surgiram as denúncias, era ilegal e o \\\"deretor\\\" que concedeu essa licença foi recentemente enxotado não se sabe para onde e nem o motivo. RECEBIAM RECURSOS PÚBLICOS E NÃO PRESTAVAM CONTAS para ninguém do que faziam, para quem trabalhavam, quais pesquisas faziam ... só falam blá.blá.blá., mas não mostram e nem mostravam nada para ninguém. Estão enchendo a mída \\\"comprada\\\" com informações FALSAS para desviar e evitar investigações mais profundas. PORQUE SERÁ QUE QUANDO COMEÇARAM AS DENÚNCIAS ELES NÃO ABRIRAM AS PORTAS E MOSTRARAM O QUE REALMENTE FAZIAM E OS DOCUMENTOS QUE OS AUTORIZAVAM ... heim? Bastava isso e tudo ficaria esclarecido. QUEM NÃO DEVE NÃO TEME. O Deputado Estadual FERNANDO CAPEZ já monstrou e denunciou no Plenário da Assembléia Legislativa que o Instituto era ILEGAL e provavelmente um antro que só deveria servir para desvio de verbas públicas. É só o Ministério Público querer investigar que chegará num grande \\\"poço de merda\\\", onde devem estar envolvidos políticos e cabeças pretas dos governos. Não sejamos hipócritas, o que funciona por \\\"debaixo do pano\\\" só pode ser porcaria. Investiguem e verão a verdade.