"Haverá nova eleição e eu sou candidato", diz Jader Barbalho ao Estadão

O prazo de inelegibilidade do político que foi barrado pelo TSE terminaria no dia 31 de janeiro de 2011

Fonte: Marcele Tonelli/ Jornal Jurid

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Mesmo após ter sua candidatura barrada pelo Superior Tribunal Eleitoral (TSE) com a Lei da Ficha Limpa, Jader Barbalho afirma, em entrevista ao Jornal O Estado de São Paulo, que não deu por perdido seu mandato a senador, "De maneira nenhuma. Eu sou candidato".


Jader Barbalho, havia renunciado  ao mandato de senador em 2001 para evitar um processo de cassação em meio às investigações do caso que apurava desvios no Banpará e também por denúncias de envolvimento no desvio de dinheiro da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).


Porém, nas eleições de 2010, mesmo com registro indeferido, Jader Barbalho recebeu 1.799.762 de votos e, caso não tivesse sido barrado pela medida, seria eleito em segundo lugar para uma vaga no senado.


Veja a entrevista na íntegra.


Estadão: Jornal Estado Com a decisão do TSE, que o tornou inelegível, o senhor dá por perdido seu mandato de senador?


Jader Barbalho: De maneira alguma. Eu sou candidato.


Estadão: Então, como é que o Sr. planeja reaver o mandato?


Jader Barbalho: O Código Eleitoral determina em seu artigo 244 que, quando os votos brancos e nulos ultrapassam 50% do total dos votos válidos em uma eleição, realiza-se novo pleito. Juntos, eu e o Paulo Rocha (candidato do PT a senador) tivemos 70% dos votos do Pará. Então, haverá nova eleição.

 

Estadão: Mas há uma norma pela qual o candidato responsável por provocar uma nova eleição não pode concorrer. O Sr. vai aguardar as eleições de 2014 para disputar o Senado novamente?


Jader Barbalho: Neste caso, o agente causador da nova eleição não serei eu. O responsável é o deputado José Eduardo Martins Cardozo que, se fosse candidato no Pará, não poderia disputar. Foi ele quem causou a inelegibilidade porque a questão da renúncia ao mandato não estava na proposta popular da Ficha Limpa. Se a eleição para senador do Pará for anulada, hoje, não é porque o candidato fraudou, comprou votos ou cometeu abuso de poder econômico. Eu não dei causa à nulidade da eleição.


Estadão: O Sr. está dizendo que a culpa é do deputado do PT José Eduardo Martins Cardozo?


Jader Barbalho: O único responsável por isto é ele, o coordenador da campanha da Dilma Rousseff a presidente. Foi ele quem colocou uma encomenda do PT do Distrito Federal na lei da qual foi relator. Os radicais comunistas, fascistas e nazistas têm um ponto em comum: não respeitam as regras democráticas.


Estadão:Se o seu problema foi causado pelo coordenador da campanha da Dilma e o sr. obteve 1,8 milhão de votos, o sr. vai dar o troco na eleição do Pará e votar no candidato tucano José Serra?

 

Jader Barbalho:Meu voto é secreto. Mas é certo que os petistas vão pegar pancada na briga pelo governo do Estado. Esta (eleição para o governo do Estado) já foi perdida (pela petista Ana Júlia Carepa) para o Simão Jatene (tucano que disputa o segundo turno com a atual governadora). No restante do território, (a disputa) é mais ampla.


Estadão: Mas o Sr. não foi o único atingido.


Jader Barbalho : Exatamente. O alvo era o Joaquim Roriz (candidato a governador do DF contra o petista Agnelo Queiroz que também renunciou ao mandato de senador e, diante da pendência jurídica, renunciou à candidatura e lançou a mulher Weslian em seu lugar). Botaram, em cima da hora, um passageiro clandestino na lei e o ministro Gilmar Mendes disse isso no julgamento do Supremo, com todas as letras. Para atingir esse objetivo também passaram por cima do Paulo Rocha. Deram prioridade à eleição do Distrito Federal e sacrificaram o candidato do próprio PT ao Senado. Focaram no Distrito Federal como objetivo e não respeitaram as regras democráticas.


Estadão: Mesmo que se realize nova eleição, o sr. e Paulo Rocha são inelegíveis por conta da renúncia ao mandato e não vão poder concorrer.


Jader Barbalho: No meu caso, o prazo de inelegibilidade que atinge o restante do mandato e mais oito anos termina no dia 31 de janeiro de 2011. O prazo do Paulo Rocha vai mais longe. O problema é que colocaram uma nova condição de inelegibilidade na proposta popular do Ficha Limpa, que se encerra antes de o novo Senado iniciar os trabalhos, em fevereiro do ano que vem.


Estadão: Mas as novas eleições devem ser convocadas logo.


Jader Barbalho: A Lei Eleitoral diz que não se pode convocar nova eleição no ano eleitoral. Será preciso aguardar 60 dias para periciar as urnas. Além disso, se os candidatos a senador não conseguirem atingir 50% mais um dos votos válidos, não podem ser diplomados. E a diplomação ocorre em dezembro. E há uma série de recursos pendentes de apreciação na Justiça.

 

Palavras-chave: Jader Barbalho Entrevista Inelegibilidade Candidatura Ficha Limpa.

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4 Comentários

ELEITOR DO SUL DO PARÁ estudante29/10/2010 14:15 Responder

Sai de cena JADER! Descança em paz!! Já chega!!!!

ELEITOR DE BELÉM - PA Estudante30/10/2010 0:09 Responder

jader pode ser o que é, mas de uma coisa é certa, ele é um cara muito bom mesmo, ele sabe como dar uma volta por cima usando a lei e o povo a favor dele, é um cara que por incrível que pareça sujo, mas muito bom no que faz, ele não é um político qualquer.

JOAO NOVAIS SERVIDOR PÚBLICO30/10/2010 14:03 Responder

Sr Jader Barbalho Já que citou errado o artigo do CE, pois não é o 244 e sim o 224, que deve ser por erro de digitação, mesmo assim só para clarear sua memória, de uma observada na decisão do TSE em relação ao MS abaixo: Per missa vênia do TSE, transcrevo o testo citado: Ac.-TSE, de 29.6.2006, no MS nº 3.438 e de 5.12.2006, no Respe nº 25.585: ?Para fins de aplicação do art. 224 do Código Eleitoral, não se somam aos votos anulados em decorrência da prática de captação ilícita de sufrágio, os votos nulos por manifestação apolítica de eleitores?. Res.-TSE nº 22.992/2008: ?Os votos dados a candidatos cujos registros encontravam-se sub judice, tendo sido confirmados como nulos, não se somam, para fins de novas eleições (art. 224, CE), aos votos nulos decorrentes de manifestação apolítica do eleitor?. Dê um tempo Sr Jader, espere pelas proximas eleições estão logo aí, com a fortuna que o Sr adquiriu, legalmente é claro, estrategista e esperto como é o Sr, e com as grandes empresas de sua esposa aquelas..., dos fundos da Amazônia, lembra-se, poderá candidatar-se novamente ao governo do Pará e até a presiência da república, que será eleito, quando mais ao senado. Obr.

Eleitor Pará professor30/10/2010 16:52 Responder

Acho impressionante a capacidade de alguns políticos de transformar mentiras em verdades. O Estado do Pará, paga até hoje o preço por anos e anos governado por um Oligarquia que se beneficiou e muito das beneficies que o cargo de político dá. Todo o poder emana do povo que se for engano através da mídia elitista por falsários que degrinem o erário, esse mesmo povo os elegera, por isso toda a escola deveria ter desde as séries inicias, noções de direito e política para criarmos cidadãos mais conscientes de seus direitos e não serem enganados facilmente por inescrupulosos políticos que fazem de tudo para estarem no poder, doa a quem doer .

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