Governo quer rapidez no caso Renan Calheiros

Caso Renan Calheiros.

Fonte: Veja Online

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A necessidade de o governo aprovar a emenda constitucional que prorroga a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) pode ajudar a apressar o desfecho do caso do senador Renan Calheiros(PMDB-AL). Governo e o PMDB entraram num acordo para encerrar, até o final deste mês, o processo disciplinar que ameaça o mandato do presidente do Senado. O governo cobra pressa. Os líderes governistas e de partidos da base consideram que só haverá condições de reunir o mínimo de 49 votos para aprovar o "imposto do cheque" se os aliados conseguirem pacificar o ambiente político antes disso.

A melhor situação para o governo seria a permanência de Renan na presidência do Senado. A sucessão no comando abriria uma disputa interna no PMDB, rachando o maior partido de sua base, o que fatalmente comprometeria a aprovação da CPMF. Nesta terça-feira, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara deve rejeitar, por acordo, o substitutivo do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que prevê a partilha da CPMF com governadores e prefeitos. O líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO), afirmou ao jornal O Estado de S.Paulo que já há entendimento no Conselho de Ética para votar logo o processo contra Renan, independentemente do resultado da perícia.

O sócio - Neste domingo, o corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), afirmou que irá convocar o usineiro João Lyra para esclarecer a sociedade secreta com Renan Calheiros, na compra de uma emissora de rádio e um jornal em Alagoas. O usineiro confirmou a associação com Renan em reportagem de VEJA desta semana. A edição da semana passada, porém, já havia detalhado a operação, em que o presidente do Senado investiu secretamente 1,3 milhão de reais utilizando-se de pagamento em dinheiro vivo, dólares e laranjas. Nenhum órgão regulador competente foi informado sobre o negócio.

"Vou entrar em contato com João Lyra para ouvi-lo e investigar essa história", disse Tuma, segundo o site do jornal O Estado de S. Paulo. "Os indícios são graves e é preciso saber se existiu algum contrato de gaveta."

O Conselho de Ética do Senado também quer ouvir o usineiro. O senador Renato Casagrande (PSB-ES) afirmou que Lyra será chamado à comissão assim que for nomeado o relator da nova representação protocolada contra Renan. "Estamos diante de um caso que fragiliza ainda mais a situação de Renan porque envolve uma sociedade oculta e, portanto, imoral", disse. Casagrande é relator do primeiro processo que estuda quebra de decoro parlamentar de Renan, provocado por reportagem de VEJA que mostrou que o presidente do Senado teve parte das despesas pagas por um lobista ligado à construtora Mendes Júnior.

Paralisação ? As declarações de João Lyra a VEJA acirraram ainda mais os ânimos da oposição, que promete esforçar-se para obstruir as votações no Senado enquanto Renan não abandonar o posto. "Já que Renan não se licencia do cargo, vamos licenciá-lo pela via da obstrução, porque só assim o governo deixará de emprestar apoio a essas manobras protelatórias", afirmou o senador Agripino Maia (DEM-RN).

A situação pode trazer grande prejuízo para o governo, que conta nesta semana com a votação da prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Se o tema não for aprovado até o fim de setembro, o governo perderá arrecadação de cerca de 40 bilhões por ano, a partir de 2008.

Palavras-chave: Renan

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