Governo cassa permissão de vôos da Vasp

A partir de hoje a Vasp está impedida de voar por determinação do Departamento de Aviação Civil (DAC).

Fonte: Jornal O Globo

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A partir de hoje a Vasp está impedida de voar por determinação do Departamento de Aviação Civil (DAC). O diretor-geral do DAC, brigadeiro Jorge Godinho, anunciou ontem à noite a decisão, tomada em conjunto com o Ministério da Defesa. O direito da Vasp aos oito vôos que a empresa ainda operava foi cassado após inspeção iniciada na última terça-feira. Segundo o diretor do DAC, a Vasp não tem condições de operar os vôos com regularidade e pontualidade: 

A Vasp continua com a concessão de companhia aérea, mas perdeu o direito de operar os vôos. Se a Vasp quiser voltar a ter vôos regulares precisa solicitar novos horários ao DAC, que irá avaliar se a empresa tem condições de cumprir com regularidade estes horários. Outra alternativa é a Vasp se tornar uma empresa de charter (vôos fretados), mas, para isso, deve seguir o mesmo procedimento. Não há prazo estabelecido para o DAC dar essas concessões.

Concessão da Vasp vale apenas até abril

A Vasp diz que vai cumprir a determinação do governo e estudar alternativas para dar continuidade às operações.

As rotas cassadas ligavam Rio e São Paulo a cidades das regiões Norte e Nordeste. Segundo o diretor do DAC, os horários que a Vasp perdeu poderão ser absorvidos por outras empresas aéreas. Sobre os passageiros, Godinho disse que o DAC está concluindo um levantamento para saber quantos clientes compraram bilhetes da Vasp e vão ficar sem voar. 

Quem não conseguir voar deve solicitar o reembolso da passagem à Vasp. Caso tenha algum problema, pode procurar o DAC. Vamos pedir às outras empresas aéreas que endossem os bilhetes destes passageiros ? disse Godinho.

A concessão da Vasp como empresa aérea expira em abril, quando a companhia terá que apresentar certidões negativas de débito com o governo e comprovar que tem condições operacionais e financeiras para ter a concessão renovada. Caso não volte a voar até lá, poderá parar de vez. A empresa vem enxugando sua malha aérea desde o ano passado. A redução comprometeu a participação da Vasp no mercado doméstico, que em dezembro era de apenas 0,75%, segundo dados do DAC. Os problemas com cancelamento de vôos se agravaram no último sábado. A empresa alegou que não voaria com ocupação abaixo de 50%, procedimento que não está previsto na legislação aeronáutica.

Mesmo antes de saber da decisão do governo de parar a Vasp, os funcionários da companhia aérea decretaram greve a partir da meia-noite de ontem. As principais reivindicações são pagamento dos salários de dezembro e do décimo terceiro salário, além do cumprimento do acordo firmado em outubro passado, quando a empresa havia prometido quitar pendências trabalhistas e assegurar estabilidade no emprego. 

Nosso problema não é só falta de salário. Nunca sabemos quando vai ter vôo, se vai ter trabalho ? afirmou o presidente da Associação dos Pilotos da Vasp, Ariovaldo Panadés.

Os funcionários vão esperar até 4 de fevereiro para decidir se voltam ao trabalho.

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