Falta de pontualidade penaliza 80% das empresas

Fonte: Administradores.com

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Oque era apenas uma intuição generalizada passou a realidade comprovada. De acordo com um estudo da Escola de Direcção de Negócios (AESE), divulgado ontem em Lisboa, cerca de 95% dos portugueses não são pontuais. Este comportamento tem nítidas consequências económicas mais de 80% das empresas vêem o desempenho do seu negócio ser prejudicado pelo incumprimento de prazos.

O estudo consistiu num inquérito "on-line", que obteve 3462 respostas válidas (segundo os autores, uma amostra claramente representativa neste tipo de exercício), e conseguiu identificar tanto problemas individuais como organizacionais. Cerca de 30% dos inquiridos revelaram não ter o hábito de basear o seu dia de trabalho numa agenda diária. Em sentido contrário, 60% das pessoas têm uma agenda com mais tarefas do que aquelas que consegue efectivamente realizar.

A nível de empresas, o cenário não melhora. Dois terços das reuniões não começam à hora marcada, mais de metade delas não é sequer necessária e outra metade não possui uma agenda de trabalhos distribuída previamente, impossibilitando a devida preparação por parte dos participantes. E, mesmo quando existe uma agenda, em 40% dos casos ela acaba por não ser seguida.

Apesar de claramente afectadas pela falta de pontualidade (em metade das empresas, os prejuízos decorrentes da falta de cumprimento de prazos ocorrem habitualmente ou sempre), um quarto das organizações não manifesta qualquer preocupação com o problema e apenas um terço implementa iniciativas para melhorar o seu desempenho.

Para Clive Bennet, um dos autores do estudo, a falta de pontualidade "tem efeitos na produtividade das empresas e da economia como na competitividade", já que os comportamentos dos empregados e empresas portuguesas são observados pelos agentes económicos estrangeiros. "A palavra-chave neste assunto é responsabilização individual", afirmou, na apresentação no inquérito.

O estudo da AESE conclui que é possível mudar os comportamentos dos portugueses, uma vez que há exemplos de organizações nacionais que implantaram com sucesso modelos exigentes em termos de pontualidade, gestão do tempo profissional, cumprimento de prazos e gestão eficaz de reuniões.

No entanto, o enfoque é colocado nos lugares de topo das organizações, que funcionam como "exemplos" e podem ser agentes de mudança. "Uma reunião é uma actividade extremamente cara. Veja-se o custo das pessoas envolvidas e o retorno que se espera obter com a reunião", refere o estudo, para concluir que "a probabilidade de estarmos a perder muitíssimo dinheiro não é uma possibilidade, é uma angustiante certeza".

Palavras-chave: empresas

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