Esqueceram dos velhinhos

Sandra Mara Devincenzi da Silveira da Silva, Socióloga, Jornalista (DRT/RS 13.573), acadêmica de Direito. E-mail: sandra.silva@brturbo.com.br.

Fonte: Sandra Mara Devincenzi da Silveira da Silva

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Sandra Mara Devincenzi da Silveira da Silva ( * )

Um novo valor se avizinha para o salário mínimo nacional que será majorado a contar de 1º de fevereiro. O percentual oferecido não foi magnífico, mas dá continuidade a tentativa de recuperação do poder aquisitivo dos trabalhadores sem piso profissional diferenciado.

Sabe-se que a recuperação do poder de compra com o salário mínimo está estrondosamente distante da realidade, mas em razão de ser parâmetro para a seguridade social, o governo não encontra fórmula de elevá-lo repentinamente por considerar, conforme seus cálculos, que a previdência não suportaria a despesa.

Cresce o mínimo no bolso do trabalhador da ativa, mas os aposentados permanecem em declínio financeiro monumental. Seu percentual de reposição, sempre abaixo daquele oferecido ao trabalhador da ativa, ano após ano, está escalpelando a possibilidade de uma velhice tranqüila.

Sabe-se que a longevidade cresce célere, o que significa mais tempo de vida como aposentado. Ao mesmo tempo também aumentam as despesas, porque as doenças e as necessidades de uma pessoa com 80 ou mais anos são bem maiores do que uma de 30 ou 40 anos.

Essa situação precisa da intervenção do parlamento brasileiro imediatamente. Não bastam somente as ações, projetos e empenho do senador gaúcho Paulo Paim, defensor do reequilíbrio financeiro dos aposentados, é preciso que a sociedade se manifeste mais incisivamente porque um dia todos estarão na mesma circunstância.

A crise dos aposentados brasileiros vem crescendo como bola de neve. Esse contingente não está pedindo nada pelo qual não tenha pagado ao longo de três décadas e meia. Todos contribuíram com o percentual estipulado sobre um número "xis" de salários à previdência para que os recursos fossem bem aplicados e devolvidos corretamente ao tempo do descanso. Isso não está acontecendo porque o governo diferenciou o percentual de reajuste do mínimo nacional, isto é, quem não produz ganha menos. Por consequência, a cada ano há uma brutal diminuição no valor e não há de se passar muito tempo para que todos fiquem nivelados a apenas um salário mínimo, apesar de terem sacrificado importantes coisas de sua vida para manter o pagamento à previdência crendo que um dia, já no ocaso da vida, pudessem ter certa tranquilidade.

Assim não dá para acreditar que o Brasil é um país de todos!



Notas:

* Sandra Mara Devincenzi da Silveira da Silva, Socióloga, Jornalista (DRT/RS 13.573), acadêmica de Direito. E-mail: sandra.silva@brturbo.com.br. [ Voltar ]

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2 Comentários

Essio de Moraes aposentado06/05/2009 9:41 Responder

A própria Associação dos aposentados deveria promover uma grande campanha para que a proposta do Senador PAULO PAIM torne-se realidade, aliás, não se sabe até onde vai a sinceridade da Comissão de Seguridade Social, conforme preve o recém aprovado Projeto de Lei nº. 4434/08, que tramita em caráter conclusivo, vamos ver se o Nobre Deputado Arnaldo Faria de Sá se empenha na concretização deste seu trabalho, e se de fato a criação do ICP vai tornar-se realidade, enfim, todos os aposentados aguardam ansiosos, além de que as próximas eleições estão aí!

Orias Borges Leal Advogado07/05/2009 11:53 Responder

O drama dos aposentados se acelera devido a dois parâmetros: o salário mínimo, que sempre foi reajustado acima do reajuste dos beneficiários que ganham mais de um salário mínimo, e o fator previdenciário criado a mando do Fernando Henrique Cardoso. O salário mínimo vai vagarosamente corroendo o benefício no decorrer dos anos, e o fator previdenciário decreta o drama já na concessão do benefício ao limitar a Renda Mensal Inicial (RMI) com base na expectativa de vida.

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