Educação por um fio

Ministério da Educação propõe reforma para o Ensino Médio. A Reforma proposta pelo Ministério da Educação está sendo alvo de várias críticas devido ter sido criado por Medida Provisória, a mudança deverá ocorrer em 2018 e será discutida pelo governo.

Fonte: Ismênia Nunes

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O Governo Temer anunciou a Reforma na Educação e isto ocorreu por Medida Provisória, sem discussão com o povo, a mudança deverá ocorrer em 2018. Percebemos que a dita reforma mostra claramente que o objetivo do Governo não é o de Educação, mas a Deseducação. É uma proposta antidemocrática já que o povo não foi consultado, não foi sequer realizado pesquisas, estudos ou consultas a respeito do caso. A reforma poderia ter sido realizada com o envolvimento de professores e pessoas das áreas da educação; mas não por intermédio de uma Medida Provisória, medida esta que impõe por Decreto suas resoluções com o intuito unicamente de não permitir que o povo pense, que o povo raciocine. Esta reforma é um retrocesso, o “povo está pensando demais” e isto o Governo não quer mais, um povo que pensa, que critica, que se manifesta.  Tirando a obrigatoriedade de matérias como História, Sociologia, Artes, Filosofia. Este tipo de medida, propõe que o povo deixe de ser crítico e que não se manifeste, não exponha seus pensamentos, não critique o governo.


A Reforma da Educação da forma como foi apresentada é um contra trabalho à Educação, ela desvaloriza o professor, principalmente professores das áreas de História, Educação Física, Filosofia, Sociologia e Artes, profissionais que levaram anos para ter seus direitos na área da educação onde estas matérias ganharam toda uma luta e fossem incluídas como matérias obrigatórias. Afinal a Arte, a História, a Filosofia a Sociologia são tão importantes quanto as demais matérias aqui eleitas como obrigatórias. Hoje temos crianças e jovens com sérios problemas de obesidade. Como será sem a obrigatoriedade da disciplina de Educação Física? Aliás, a medida é uma falta de incentivo para o cuidado com a saúde dos alunos que deixaram de ter práticas saudáveis como o esporte. O povo necessita dos conhecimentos, de Filosofia, de Arte, de História, Sociologia e tantas outras. Desobrigar estes conhecimentos é realmente querer que o povo deixe de pensar e consequentemente deixe de opinar e criticar o governo. Querem um povo robótico, robôs que obedecem a comandos e seguem o que seus governantes ditam, verdadeiros soldadinhos de chumbo prontos para dizer “sim” a tudo que for imposto. Por que esta reforma não foi consultada? Por que não houve um estudo? Por que este tipo de reforma não foi realizado por Mestres, Pedagogos, Professores e Alunos? Por que na verdade, não queriam a nossa opinião, apenas querem obrigar o povo a engolir mais uma reforma.


Querem retirar o Magistério, categoria que está numa luta há anos para garantir suas conquistas e seus direitos, o governo quer, cortar, cortar e cortar. Não existe diálogo entre governo, professores, estudantes.  O Magistério é de suma importância já que este ensina na prática, posteriormente a Pedagogia entra com a teórica o que faz grande diferença e torna o Magistério tão necessário quanto a Pedagogia.


O governo Temer, que hoje está no poder quer apenas isto, manter o poder, continuar impondo, calar o povo, calar os estudantes, calar os professores. A Democracia onde tínhamos direito de opinar, de escolher, está morrendo, a morte da democracia está por um fio. E não poderíamos esquecer da frase: Fora Temer!


A Proposta do Governo Temer, liderada pelo Ministério da Educação coloca como obrigatoriedade somente as matérias de: Português, Matemática e Inglês. Matérias estas que eram obrigatórias há 50 anos atrás, retrocesso total. Demais matérias segundo o governo seriam escolhidas pelo Governo do Estado e não seriam iguais em todas as escolas. A carga horária passaria de 800 para 1400 horas de aula. Se hoje alunos evadem as escolas devido à falta de criatividade, a falta de participação de forma mais efetiva, haja vista que com a tecnologia atual, não podemos manter aulas tão monótonas, sem o uso das tecnologias integrantes do dia a dia dos jovens.  Se houver o aumento obrigatório da carga horária, se for aprovada, não permitirá que os jovens trabalhem fora, lembrando que se estes jovens, trabalham exatamente por uma necessidade de auxiliar a família. De que forma poderão trabalhar e estudar se suas horas estarão ocupadas integralmente para um único foco, as aulas? Como manter uma qualidade de ensino se ele estiver com este comprometimento de tantas horas? Onde uma reforma na qualidade do ensino médio? Vemos apenas quantidade. Quantidade não garante qualidade. O que está ocorrendo são apenas cortes de matérias importantes e o acréscimo de horas. Este acréscimo de horas acaba inviabilizando que o estudante tenha a opção de escolhas. Se com a carga atual há falta de professores, o que diremos com uma carga ampliada? Este aumento de carga horária obrigatória fará com que a evasão escolar aumente ainda mais. Não é isto que o Governo quer? Um povo ignorante, um povo que não pense que não raciocine que não critica. Como conseguir isto se não da forma mais óbvia; como a desobrigatoriedade das matérias de ajudam a mostrar caminhos e ideias? Ou ainda, tornar o estudo, a educação algo cansativo, tão monótono que o próprio estudante desistiria por si só. O Ministério da Educação precisa repensar esta reforma. A reforma no Ensino Médio, precisa ser feita há quatro mãos; com a participação de professores, estudantes, especialistas e aí sim do governo, se assim não for, não faremos mais parte de um País Democrático.


Autora: Ismênia Nunes, nasceu no interior de Santa Catarina, na cidade de São Joaquim (terra da maçã). Formada em Jornalismo pelo Centro Universitário Estácio de São José – SC. Reside em Florianópolis e sempre se identificou com a escrita, tendo iniciado na infância a escrever poemas. Participou do grupo de Poetas Livres no início de 2000, participou do Livro Coração de Poeta organizado pelo Jornalista Marcelo Puglia com escritores do Brasil e exterior. E foi o amor pela escrita que a inspirou a ingressar no Jornalismo. E-mail: Ismenianunes.jornalismo@gmail.com

Palavras-chave: Reforma Ensino Médio Ministério da Educação Medida Provisória

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2 Comentários

Anônimo 27/09/2016 13:37 Responder

Pelo amor de Deus, o futuro de uma sociedade se constrói com matérias exatas, é o que traz resultados! Nunca vi o ensino de história, filosofia, etc trazer algum fruto.

Paulo Ribeiro de Oliveira Químico Industrial 27/09/2016 15:47

Que vida árida essa sua, só calculando derivadas e integrais. Cálculos de área e volume e os vetores resultantes. Quais os percentuais de isocianato e 1,4-butanodiol para produzir 200 kg de poliuretana a n = 75%? Que conjunto de equações resolvem o MIMO para T(dt) usando Laplace? Nas suas horas de folga você só deve ficar desenhando curvas de f(x) = x³/[ln(x²)], calculando áreas e volumes, variações percentuais, velocidades médias, % de CO2 emanados de seu transporte. Não escuta música, não lê poesias nem contos, nem sabe onde ficam os museus perto de sua casa, afinal pra que admirar obras de arte? Artistas são vagabundos, né? Mas, sabe Sr. Anônimo... nem todo ser humano nasceu para as tais exatas. Nem todo ser humano pensa apenas em lucro, $ e participações societárias. Há quem não julgue isso essencial pra vida. Vive mais simplesmente, mas torna a vida mais palatável com suas composições literárias e musicais, nos instigam a ir além do racional com seus quadros e esculturas. Enfim, complementam a nossa existência e alimentam a nossa alma, mais que nossos bolsos. É muito bom embolsar no ano fiscal R$150.000,00. Mas, é bom também gastar um % disso pra enaltecer a alma. Daí é que não concordo com a Vsa. opinião. É preciso que o gosto pelas artes seja estimulado pela família e aprimorado na escola. Para tal intento é preciso ter o professor e que a disciplina seja mantida. O trabalhador precisa ter emprego e precisa ralar pra conseguir viver. Não nego isso. Mas, a vida só trabalhando sem ter opções de uma outra coisa, pra mim, é inimaginável. Paulo Ribeiro de Oliveira Químico Industrial, professor e músico amador.

Ismênia de Souza Nunes Jornalista06/10/2016 12:09 Responder

Agradeço ao Jornal Jurid pela oportunidade de publicar meu Artigo, hoje com mais de 800 acessos.

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