Dois meses de guerra: quando o conflito entre Rússia e Ucrânia irá terminar?

Professora do curso de Relações Internacionais da FSG, aponta os impactos e a previsão para o término da guerra.

Fonte: Flavia Carolina de Resende Fagundes

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Reprodução: Pixabay.com

Caxias do Sul e Bento Gonçalves, 10 de maio de 2022 – No dia 24 de fevereiro de 2022, a Rússia invadiu a Ucrânia, o que afetou muitos ucranianos, gerando preocupações em diversos países, desde então a guerra ainda não acabou e continua preocupando o mundo todo, inclusive o Brasil.


Segundo a professora do curso de Relações Internacionais do Centro Universitário da Serra Gaúcha – FSG, Flavia Carolina de Resende Fagundes, a guerra ainda não tem previsão para terminar. “Não podemos prever o futuro, mas os sinais no momento apontam que o conflito tende a se prolongar, pois nesse momento, não há demonstrações de que os atores envolvidos como a Rússia, Ucrânia e Estados Unidos, estejam inclinados a negociar.


A professora ressalta que o presidente Volodymyr Zelensky, declarou recentemente que não renunciará aos territórios das províncias de Donbas, enquanto o governo estadunidense levanta o tom de crítica à Rússia, acusando o presidente Putin como responsável pela guerra, bem como travando uma crise econômica contra o país. O conflito entre os diplomáticos acaba diminuindo o espaço para que negociações de paz avancem.


“O conflito não iniciou em 2022 e sim em 2014, quando o acordo de Minsk que resolveu a questão da Criméia entre os dois países, não conseguiu garantir a paz na região e desde então, ambos trocam acusações de violação do acordo. Já faz um tempo que a Rússia acusa a Ucrânia de atacar as repúblicas do Donbas, e a Ucrânia culpa o país vizinho por intervenções em seu território. Para se ter noção, desde 2014, morreram 14 mil pessoas na região”, explica a docente.


Para Flavia, a guerra entre as duas nações materializa as disputas entre o Ocidente e um bloco euroasiático, que envolve a Rússia e a China. “A Rússia enxerga a entrada da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte - OTAN como uma ameaça à sua segurança, considerando que a organização liderada pelos Estados Unidos estaria buscando cercar o país, desta forma, diante das movimentações para a entrada da Ucrânia na OTAN, o Kremlin julgou tal situação uma linha vermelha, desencadeando a invasão. Com isso, é uma disputa geopolítica, na qual a Rússia tenta garantir sua área de influência, enquanto o Ocidente busca trazer a Ucrânia para as suas instituições, cercando a Rússia.


Flavia salienta que a guerra acelerou processos que já estavam em curso no sistema internacional, como o fim da hegemonia do Ocidente e a ascensão da Ásia, apontando para a consolidação de um mundo multipolar, tendo como polos Estados Unidos, China e Rússia.


“A guerra econômica travada contra a Rússia acelerou a implementação de novos sistemas de pagamentos para além do dólar, como o sistema rúpia-rublo nos negócios entre Índia e Rússia, o que aponta a relativização da hegemonia do dólar e a concorrência de outros sistemas de pagamentos”, afirma.


Os Estados Unidos e outras nações, impuseram algumas sanções econômicas contra a Rússia, com a finalidade de frearem a guerra, mas as medidas não estão nem perto de impedir os ataques do país contra a Ucrânia.


“Se olharmos para a história, podemos observar que sanções tem pouco sucesso em mudar o comportamento dos estados, por exemplo, as punições impostas ao Irã não enfraqueceram o regime político no país, estas podem ainda criar uma consciência de agressão externa, o que restringe as possibilidades de negociação. Existem formas de burlar essas condenações, como temos visto pelo peso econômico da Rússia, países importantes como a China, Índia e Arábia Saudita continuam a realizar negócios com os russos”, afirma.


Para a professora da FSG, o Brasil já sente os impactos do conflito na inflação, no aumento do preço de commodities, como o trigo e o petróleo. “Além do aumento dos preços, o Brasil pode ser afetado no fornecimento e preço de fertilizantes, o que pode prejudicar a competitividade das exportações brasileiras, assim como piorar a situação inflacionária do país.


Por fim, a professora ressalta que os países ocidentais devem conduzir uma solução diplomática para conciliar os interesses de segurança da Ucrânia e da Rússia, facilitando um possível acordo de paz.


Sobre a FSG – A FSG é o Centro Universitário da Serra Gaúcha. Reconhecida há mais de 20 anos pelo seu protagonismo no desenvolvimento de propostas educacionais instigadoras, é referência no cenário da educação superior. Oferece centenas de cursos de Graduação, Pós-graduação e Extensão presenciais e a distância. A Instituição integra o grupo Cruzeiro do Sul Educacional, um dos mais representativos do País, que reúne instituições academicamente relevantes e marcas reconhecidas em seus respectivos mercados, como Universidade Cruzeiro do Sul e Universidade Cidade de São Paulo – Unicid (São Paulo/SP), Universidade de Franca - Unifran (Franca/SP), Centro Universitário do Distrito Federal - UDF (Brasília/DF, Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio - Ceunsp (Itu e Salto/SP), Faculdade São Sebastião – FASS (São Sebastião/SP), Centro Universitário Módulo (Caraguatatuba/SP), Centro Universitário Cesuca (Cachoeirinha/RS), Centro Universitário da Serra Gaúcha - FSG (Bento Gonçalves e Caxias do Sul/RS), Centro Universitário de João Pessoa – Unipê (João Pessoa/PB), Centro Universitário Braz Cubas (Mogi das Cruzes/SP) e Universidade Positivo (Curitiba, Londrina e Ponta Grossa /PR), além de colégios de educação básica e ensino técnico. Visite: www.fsg.edu.br e conheça o Nosso Jeito de Ensinar.

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