Um fuzileiro naval americano que desertou 36 anos atrás, em protesto contra a guerra do Vietnã, foi preso e pode ser submetido à Corte Marcial.

Ernest Johnson Jr, que hoje tem 55 anos, fugiu da base em que servia na Carolina do Norte em 1969, depois de ter se ?desencantado? com a guerra do Vietnã.

Ele usava o sobrenome McQueen e passou as últimas três décadas morando em diferentes Estados com a esposa e os filhos.

Johnson, que sofre de câncer na próstata, pode ser condenado à prisão.

Cansaço

"Eles chegaram perto algumas vezes e estavam perto desta vez", disse Johnson ao jornal Star-Telegram em Forth Worth, no Texas, onde foi preso.

"Eu poderia ter fugido, mas disse a mim mesmo que os dias de fugitivo tinham ficado para trás," declarou Johnson, que aparentemente estaria cansado da vida de desertor.

Ele diz ter começado a questionar a decisão de entrar na Marinha depois de notícias do massacre de civis vietnamitas na aldeia de My Lai, em 1969.

Relatos de soldados que voltavam confirmaram suas dúvidas.

"Eu simplesmente decidi que não queria tomar parte na morte de ninguém," explicou.

Um porta-voz dos Fuzileiros Navais, capitão Jay Delarosa, disse que Johnson pode ser condenado a uma pena máxima de três anos de cadeia e ser dispensado em desonra, se for considerado culpado.

As Forças Armadas dos Estados Unidos já retiraram acusações sobre desertores anteriormente, preferindo o desligamento desonroso.

Delarosa negou que a prisão de Johnson seja parte de uma campanha para desencorajar a deserção entre os fuzileiros.

"O propósito em apreender estes indivíduos é simples conseqüência de uma decisão tomada por eles há muito tempo".