Delegado bate em cadeirante em briga por vaga especial em São José dos Campos (SP)

A briga começou quando o advogado cadeirante flagrou o delegado, que não tem deficiência, estacionado na vaga especial. O delegado, entretanto, alega que havia parado lá por conta da gravidez de sua mulher

Fonte: Folha Online

Comentários: (8)




Um advogado cadeirante apanhou de um delegado em São José dos Campos (91 km de São Paulo), em briga por estacionamento em vaga pública reservada para pessoas com deficiência.


O advogado Anatole Magalhães Macedo Morandini, 35, diz que foi agredido com coronhadas.


Já o delegado Damasio Marino, por meio de seu advogado, afirma que não o bateu com arma de fogo, mas que lhe deu "dois tapas".


A briga começou quando Morandini flagrou o delegado, que não tem deficiência, estacionado na vaga especial, em frente a um cartório na região central de São José, e foi tomar satisfações.


"Ele [delegado] me chamou de aleijado filho da puta. Eu fiquei enojado, e a única coisa que consegui fazer foi cuspir no carro dele, porque me senti desrespeitado."


Ainda segundo Morandini, o delegado do 6º Distrito Policial da cidade, além de lhe dar coronhadas, também bateu em seu rosto com a ponta da arma.


Ele mostrou à reportagem uma camiseta com manchas de sangue, que diz ser consequência da agressão. Uma funcionária do cartório também diz que viu Morandini sangrando após a briga.


"Ele apontou a arma, fez mira. A única coisa que eu fiz foi virar o rosto devido ao trauma que já tenho", contou o advogado, referindo-se ao tiro que levou durante um assalto, aos 17 anos, e que o deixou paraplégico.


Já o defensor do delegado diz que ele é que foi intimidado e que estava parado na vaga especial porque sua mulher está grávida.


A corregedoria da Polícia Civil abriu inquérito para apurar a suspeita de lesão corporal dolosa (quando há intenção ou se assume o risco de cometer o crime).


OUTRO LADO


O advogado Luiz Antonio Lourenço da Silva, que representa o delegado Damasio Marino, negou que seu cliente tenha agredido com coronhadas o também advogado e cadeirante Anatole Magalhães Macedo Morandini.


Silva diz que Damasio deu "dois tapas" em Morandini, mas só depois de ser xingado e receber uma cusparada. Para Silva, "esse cadeirante procurou o confronto."


O advogado também negou que Damasio tenha xingado Morandini ao ser repreendido. Segundo Silva, o delegado reagiu após Morandini cuspir em sua cara.


"Ele [delegado] não entendeu o que estava acontecendo. Desceu do carro e o cara veio com a cadeira de rodas para cima dele. [Morandini] cuspiu de novo e o xingou, então ele [delegado] pegou e deu dois tapas no cara."

Palavras-chave: Briga; Vaga especial; Cadeirante; Delegado; Agressão

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8 Comentários

joão func. publico21/01/2011 10:26 Responder

Em primeiro lugar qualquer que fosse o fato não habilita o delegado a deflagar a mínima que fosse agressaõ. Em segundo, tratando-se de um delegado o que se espera é uma conduta acima de qualquer crítica o que não se viu demonstrado no caso em tela. E, finalmente, se não possui um comportamento digno, há de ser punido severamente e liminarmente afastado de suas funções por demonstrar despreparo no mínimo psicológico.

jose borges autonomo 21/01/2011 10:36

olha joão, colocar-se voçê no lugar do advogado, e deixa uma pessoa cuspir em voçê ou no seu veiculo. gostaria de ver qual seria sua reação.

jose borges autonomo 21/01/2011 10:39

CORREÇÃO PARA O JOÃO COLAR VOÇÊ EM LUGAR DO DELEGADO E NÃO ADVOGADO

jose borges autonomo21/01/2011 10:32 Responder

acho que por ser um cadeirante não tem o porque cuspir no veículo ou nas pessoas, isto e nojento e e traz o ódio emidiato em qualquer ser humano, agora o delegado não perdeu o controle, so ficou irritado na hora, se caso teria perdido o controle, teria efetuado disparo contra o advogado..cadeirante não e doente mental e sim deficiente fisico, sabe muito bem o que o faz.

Ramon Auxiliar Jurídico21/01/2011 12:37 Responder

Em primeiro lugar o delegado estava errado em estacionar na vaga de deficientes. O cadeirante chega e vê o excelêntissimo DELEGADO na vaga de deficiêntes. Na situação atual do Brasil onde todos não respeitam o estacionamento destinado a deficiêntes. Quem tem o direito de ficar transtornado? E outra, suponhamos que o cadeirante tivesse chamado a polícia, o que a polícia teria feito ao delegado que estava errado? A polícia ia fazer o que? Enfrentaria o delegado? Com certeza o cadeirante foi tirar satisfação do delegado e que talvez tenha dado uma bela desculpa, ou talvez também, teria dado o carteiraço. O que o cadeirante faz? Qual a conduta que o delegado deveria ter tomado na primeira vez que foi estacionar?? Quem estava errado? Em Criciúma existem pouquissimas vagas destinadas a cadeirantes. Achei sensacional esse direito conquistado por essas pessoas que passam uma maior dificuldade para estacionar. Se esse direito foi adquirido com muito trabalho já vimos que não basta só existir, deve ser cumprido. Devemos todos respeitar e cumprir, se não de que adianta? E principalmente, tem pessoas que deveriam servir de exemplo pelo cargo que exercem.

Antonio de Assis Nogueira Júnior Servidor Publico21/01/2011 13:01 Responder

São Paulo, 21 de janeiro de 2011. Senhor Diretor: O número de pessoas (cidadãos) boçais tem crescido de forma assustadora, mormente em sem tratando de Autoridades (Policiais). No Brasil, autoridade que não é boçal precisa passar toda a vida funcional mostrando e comprovando, diariamente, por gestos e atos inequívocos que não é boçal. É demais! Infelizmente, esta é a realidade que precisa ser revelada e quiça estudada. Respeitosamente, Antonio de Assis Nogueira Júnior Servidor Público

DIENE ALMEIDA LIMA PROCURADORA 21/01/2011 15:33

CONCORDO COM O COMENTÁRIO DO Sr. ANTONIO.

José Roberto funcionário público21/01/2011 13:20 Responder

Realmente, situações como esta nos deixa entristecidos. Como pode dois indivíduos tidos por ESCLARECIDOS se degladiarem por questões tão diminuta. Até parece que nunca estiveram em uma Igreja, que nunca ouviram falar em solidariedade: um por ser advogado, ainda que portador de necessidades especias, se esqueceu que para cada ação existe uma reação. Já o Sr. delegado, ao menos que por um instante, se esqueceu do juramente que fez quando terminou seu Curso de Direito, que é o respeito a Dignidade da Pessoa Humana, e tantos outros princípios. Percebe-se, que naquele momento o Sr. delegado, pelo que parece, imaginou-se ser superior à Lei, pois esqueceu que é EXEMPLO aos demais cidadãos brasileiros. A próposito, nos últimos anos, no Estado bandeirante, de São Paulo, tem sido crescente no número de Delegados envolvidos em sérios DESVIOS DE CONDUTAS, podemos citar: a máfia das CNHs (compras de CNHs); envolvimento - caso de propina, com o traficante colombiano \\\" Abadia\\\", conforme veículo pela mídia nacional; na atualidade a máfia das Multas, e tantos outras situações... Realmente, é deverasmente lamentável ter de conviver com tantos ataques a ordem pública. Percebe-se, também, que em todos os casos que envolvem delegados, as decisões finais são sempres as mesmas, ARQUIVAMENTO. E enquanto isso, os cidadãos menos favorecidos, vão se contentando com as INJUSTIÇAS emergidas das mentes dos corregedores, pois, estes, quase sempre, não militam contra a própria carne....

DIENE LIMA procuradora21/01/2011 15:29 Responder

QUE VERGONHA. QUEM ENCONTRA-SE INVESTIDO NO CARGO DE OFERTAR SEGURANÇA PRATICA UM ATO INSANO. É LAMENTÁVEL, DEVENDO AS AUTORIDADES COMPETENTES AGIR COM RIGOR NECESSÁRIO.

Roger Juiz de Direito21/01/2011 22:06 Responder

Antes de tudo cumpre mencionar que a atitude do delegado fora ridícula, uma vez que a cuspida talvez tenha se dado em razão de uma provocação feita primeiro pelo delegado e talvez a tal cuspida nem tenha acontecido, pois entendo que isso seja mais uma mentira do delegado, pois primeiro diz ter reagido desta forma pelo fato da cuspida e depois diz que foram somente dois tapas, convenhamos dois tapas que fizeram a vítima sangrar?! é demais. Mesmo que o Advogado tivesse urinado no delegado não o daria o direito de bater no outro com a coronha de uma arma. Caso este fato se desse na comarca em que atuo com Juiz de Direito certamente eu condenaria fortemente este estúpido ser desumano.

Rosi Servidora Pública21/01/2011 22:49 Responder

Na minha opinião acredito que faltou tanto bom senso quanto educação de ambas as partes. Não julgo os participantes dessa história como\\\"DELEGADO\\\" e \\\"ADVOGADO\\\", poderia bem ser \\\"JUIZ\\\" e \\\"MÉDICO\\\" ou outra categoria, não importa a titularização do cargo. Independente da função que se ocupa, todos somos seres humanos passíveis de erros, temos nosso ponto de tolerância. E POLICIAIS também são humanos e sujeitos às emoções! Talvez se o \\\"ADVOGADO CADEIRANTE\\\" tivesse usado o bom senso e não tomado \\\"satisfação\\\", mas dialogado, a situação não teria terminado da forma como foi. Não acredito que ninguém seja tão controlado a ponto de levar uma \\\"cusparada\\\" no rosto e ficar inerte. Não é por que a pessoa ocupa um determinado cargo que chama a atenção na sociedade que tem que sair por aí sendo o bode espiatório, levando cuspe na cara e xingamentos. Errou o DELEGADO em estacionar em vaga privativa, talvez não mais o faça, mesmo que em situação extrema. Errou o CADEIRANTE em não usar o bom senso e educação, não fazer valer o uso do diálogo civilizado. A educação desmonta qualquer gigante, não tem contra-indicação e só faz bem a quem dela usufruiu!

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