Defesa de Abdelmassih prepara habeas corpus

O médico foi condenado a 278 anos de prisão pelos crimes de estupro e atentado violento ao pudor de pacientes

Fonte: Folha Online

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A defesa do médico Roger Abdelmassih prepara nesta sexta-feira o pedido de habeas corpus à Justiça de São Paulo para que seja revogado o decreto de prisão. Apesar disso, não informado se o documento será entregue ainda hoje ao Tribunal de Justiça.


Procurada pela reportagem, a advogada Jaqueline Furrier, que faz parte da equipe que representa Abdelmassih, afirmou que trabalhava na elaboração do pedido.


O decreto de prisão contra o médico foi acatado ontem (6) após solicitação do Ministério Público. O órgão havia sido comunicado de que Abdelmassih entrou com uma requisição de emissão de passaporte uma semana antes do Natal.


Por conta disso, os promotores apontaram haver intenção de fuga. Abdelmassih foi condenado a 278 anos de prisão. Ele foi acusado pelos crimes de estupro e atentado violento ao pudor de mulheres, entre ex-pacientes e uma ex-funcionária, ocorridos entre 1995 e 2008.


A SSP (Secretaria de Segurança Pública) afirmou que a polícia faz buscas pelo médico nesta sexta-feira, mas que ele não tinha sido localizado até o fim da manhã.


Entenda o caso


O médico Roger Abdelmassih, um dos mais famosos especialistas em reprodução assistida do país, foi preso no dia 17 de agosto de 2009 --mas permanece solto devido a um habeas corpus. Ele teve a prisão preventiva decretada pela Justiça após cerca de 60 mulheres afirmarem ter sofrido crimes sexuais durante consultas.


O caso foi denunciado pela primeira vez ao Ministério Público em abril de 2008, por uma ex-funcionária do médico. Depois, diversas pacientes com idades entre 30 e 40 anos bem-sucedidas profissionalmente disseram ter sido molestadas quando estavam na clínica.


As mulheres dizem ter sido surpreendidas por investidas do médico quando estavam sozinhas --sem o marido e sem enfermeira presente (os casos teriam ocorrido durante a entrevista médica ou nos quartos particulares de recuperação). Três afirmam ter sido molestadas após sedação.


Em agosto de 2008, Abdelmassih foi intimado pelo Ministério Público a depor, mas não compareceu. Mesmo assim, o órgão ofereceu denúncia à Justiça, recusada porque a juíza Kenarik Boujikian entendeu que a investigação é atribuição exclusiva da polícia.


Um inquérito foi aberto pela polícia, mas desapareceu do Departamento de Inquéritos Policiais em novembro de 2008. Ele foi encontrado um mês depois, possibilitando o reinício das investigações.


Em junho de 2009, Abdelmassih foi indiciado pela polícia. Na época, a defesa de Abdelmassih afirmou que ele teve seu direito de defesa cerceado e que a Polícia Civil descumpriu a determinação do Supremo.


Segundo um dos advogados do médico, Adriano Vanni, na época, a polícia antecipou o depoimento sem maiores explicações, antes que a defesa pudesse ter acesso às acusações.


Em agosto de 2009, o Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) abriu 51 processos éticos contra o médico. Os conselheiros do órgão avaliaram que as denúncias eram pertinentes e decidiram pela abertura dos processos. A pena máxima é a cassação do diploma.


Formalmente, Abdelmassih foi acusado de estupro contra 39 ex-pacientes, mas como algumas relataram mais de um crime, há 56 acusações contra ele. Desde que foi acusado pela primeira vez, Abdelmassih negou por diversas vezes ter praticado crimes sexuais contra ex-pacientes. O médico afirma que vem sendo atacado há aproximadamente dois anos por um 'movimento de ressentimentos vingativos'.


Abdelmassih também já chegou a afirmar que as mulheres que o acusam podem ter sofrido alucinações provocadas pelo anestésico propofol, usado durante o tratamento de fertilização in vitro. De acordo com ele, as pacientes podem 'acordar e imaginar coisas'.


Segundo sua defesa, o médico nunca fica sozinho com suas pacientes na clínica, estando sempre acompanhado por uma enfermeira.

Palavras-chave: Decreto de Prisão; Habeas Corpus; Estupro; Atentado violento ao pudor

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1 Comentários

João Marcus Vinicius arquiteto08/01/2011 11:37 Responder

Toda essa narrativa sobre o caso do médico me faz lembrar das inúmeras idass a S. Paulo e, ao contrário das citações, informar com fidelidade as passagens pelo consultório comercial, pelo consultório de exames e pelo consultório de retirada e implantação dos óvulos sem jamais ter imaginado ou presenciado qualquer ato questionável do citado médico, chamado à época apenas de Dr. Roger. Toda essa apresentação de um caso similar ao de um verdadeiro serial kiler nos choca e nos deixa perplexo, se contrapondo a uma conduta ética do médico que conheci e convivi por um deteminado período de nossas vidas, nossas pq penso falar da mesma forma por minha esposa e, sempre demonstrada nas exposições de um verdadeiro especialista em reprodução humana, ultrapassando mts vezes a base rotineira e pueril em que se encontrava a medicina nesse campo. Certo mesmo e nesse aspecto o meu depoimento pode ser colocado, exposto, discutido e publicado é que certamente seus atos, discutíveis ou não sob o contexto profissional, trouxeram alívio aqueles que se valeram da profissão daquele especialistae, pq não dizer carinhoso doutor, uma nova etapa da vida coroada e abençoada por novas vidas que ele e não outro trouxeram, certamente com a aprovação e benção de Deus. Entendo que nesses momentos e, não se está fazendo juizo de valor, é adequado que alguém que conheceu o médico, na plenitude apenas de sua atuação profissional, relatar o que viu e o que passou e, nestes aspectos NADA DE DESABONADOR, nos mínimos detalhes, podemos citar, comentar ou mesmo acrescentar.

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