Defensor diz que retirada de empresário do processo não invalida mensalão

Segundo as acusações, o empresário era dono de uma corretora, supostamente usada para lavar dinheiro do mensalão distribuído pelo PP

Fonte: Agência Brasil

Comentários: (0)




O defensor público-geral da União, Haman Córdova, disse nesta sexta-feira (10) que o julgamento do mensalão não deverá ser anulado por completo se a Corte aderir à tese de nulidade do processo contra o empresário C.A.Q.. Córdova, que assiste o empresário, pediu nesta sexta-feira que o processo contra C.A.Q. seja anulado desde o início porque houve um erro processual que impediu a plena defesa dele.


“Eu entendo que é possível [a nulidade] ser feita exclusivamente para este acusado, uma vez que os outros réus não alegaram esse cerceamento de defesa”, disse o defensor, ao deixar o Supremo Tribunal Federal (STF) nesta tarde. No entanto, ele não soube mensurar os efeitos de uma possível decisão favorável a C.A.Q. para os outros réus, uma vez que as participações dos que são acusados de particpação no esquema foram entrelaçadas pelo Ministério Público Federal (MPF) na denúncia.


C.A.Q. era dono da corretora Natimar e, segundo a acusação, usava a empresa para lavar dinheiro do mensalão distribuído ao PP. O empresário começou o processo defendido pelo advogado Dagoberto Dufau, que, segundo a Defensoria Pública da União (DPU), deixou o caso em 2008, substituído pelo advogado Haroldo Rodrigues.


Córdova argumenta que a mudança foi anunciada durante um interrogatório da Ação Penal 470, na Justiça Federal em Santa Catarina, mas que a troca de advogados não foi oficializada no processo. Por esse motivo, as testemunhas convocadas pelo novo advogado não foram ouvidas, deixando a defesa falha. A DPU foi chamada para defender C.A.Q. em abril de 2011 justamente para suprir a falta de advogado.


O assunto gerou preocupação na Corte quando exposto nesta tarde e vários ministros perguntaram ao defensor os detalhes sobre a troca de advogados. O pedido de anulação do processo só será decidido no início da votação dos ministros sobre a denúncia do MPF, prevista para começar na próxima quinta-feira (16).

Palavras-chave: Lavagem de dinheiro; Empresa; Mensalão; Nulidade processual

Deixe o seu comentário. Participe!

noticias/defensor-diz-que-retirada-de-empresario-do-processo-nao-invalida-mensalao

0 Comentários

Conheça os produtos da Jurid