Pesquisadores da Universidade de Queensland, na Austrália, descobriram que os músculos de sustentação de homens que permaneceram por oito semanas em repouso se tornaram tão inativos quanto os de pacientes que se queixam de dor nas costas, principalmente na parte inferior. Essa semelhança evidencia que certos descuidos posturais, como passar horas e horas em frente ao computador, pode representar sérios riscos à coluna.

?A freqüência das queixas de dor nas costas no consultório do ortopedista é muito alta. Com raras exceções, todo mundo ou já teve, ou tem, ou terá dor nas costas. O computador tem vigorado como um dos principais vilões, já que é cada vez maior o número de pessoas que passam várias horas seguidas diante do monitor e acabam se descuidando da postura e de outros fatores importantes?, diz o doutor Eduardo Pereira, médico ortopedista do Hospital Santa Paula.

O médico explica que a coluna funciona como uma pilha de tijolos, onde as vértebras mais inferiores sustentam todo o peso. ?Na posição sentada, por não termos as pernas para ajudar a carregar o peso, acabamos forçando a base da coluna. Além disso, longos períodos de inatividade enfraquecem e encurtam os músculos que dão sustentação para a espinha dorsal?.

Uma das formas de evitar a dor nas costas, segundo o ortopedista, é levantar a cada meia hora para esticar as pernas e dar uma voltinha para ativar a musculatura. Também é importante sentar na posição correta, manter a musculatura bem alongada e fortalecida.

De acordo com Pereira, ?sedentarismo, forma errada de pisar, fraqueza da musculatura que sustenta a coluna, falta de alongamento muscular, excesso de peso, erro na forma de realizar atividades diárias ? como se abaixar para apanhar algo ou carregar pesadas sacolas de compras, por exemplo ?, excesso de impacto (no caso de atletas e esportistas) e tabagismo agravam o quadro?.

Para quem está passando por um episódio de insistente dor nas costas, o médico recomenda um período de repouso absoluto. ?A pessoa deve permanecer deitada por dois dias, não mais do que isso. Ao contrário do que se recomendava no passado, onde o período de descanso era prolongado e acabava atrofiando ainda mais a musculatura que sustenta a coluna, conforme o estudo australiano divulgou?.

Em casos de dores mais fortes ou com duração superior a uma semana, o doutor Eduardo Pereira alerta sobre a importância de se consultar um especialista para uma avaliação mais cuidadosa.