O presidente do Senado, senador Renan Calheiros, informou que o Congresso Nacional realizará sessão conjunta na quarta-feira, a partir das 10h, para a leitura do requerimento de instalação da comissão parlamentar mista de inquérito (CPI) que investigará denúncias de corrupção na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Após a sessão do Congresso, haverá reunião com o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, para discutir a reforma política, segundo Renan.

Na última sexta-feira, Severino confirmou, em contato telefônico com o presidente do Senado, que participará da sessão do Congresso. Conforme números divulgados na véspera pelo secretário-geral da Mesa do Senado, Raimundo Carreiro, e pelo secretário-geral da Mesa da Câmara dos Deputados, Mozart Vianna de Paiva, o requerimento para instalação da comissão parlamentar de inquérito para apurar as denúncias de corrupção nos Correios obteve 49 assinaturas de senadores e 217 de deputados federais. O Regimento exige a adesão de, no mínimo, 27 senadores e 171 deputados.

O documento foi protocolado na Secretaria da Mesa do Congresso Nacional na última quarta-feira pelos senadores José Agripino (PFL-RN), Arthur Virgílio (PSDB-AM) e José Jorge (PFL-PE) e pelos deputados Rodrigo Maia (PFL-RJ), Alberto Goldman (PSDB-SP) e José Carlos Aleluia (PFL-BA).

A decisão de realizar nesta quarta-feira, por meio de sessão do Congresso, o ato de criação da CPI foi fruto de acordo fechado entre os presidentes do Senado e da Câmara. Até a meia-noite do dia da leitura do requerimento, os parlamentares podem retirar assinaturas do pedido de instalação da comissão. Feita a leitura, os líderes partidários terão 30 dias de prazo para escolher os membros da comissão - 15 senadores e 15 deputados. Caso isso não ocorra, Renan poderá fazer as indicações.

A iniciativa foi motivada pela reportagem "O homem-chave do PTB", publicada pela revista Veja, sobre uma gravação na qual o ex-chefe de departamento da ECT Maurício Marinho aparece recebendo propina por favorecimentos em processos de licitação. Marinho se dizia representante do deputado Roberto Jefferson (RJ), presidente nacional do PTB, e insinuou que o esquema pode envolver outras estatais.