Comissão da Câmara aprova Estatuto do Nascituro

Proposta estabelece que nascituro é o ser humano concebido, mas ainda não nascido

Fonte: UOL

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A Comissão de Finanças e Tributação da Câmara aprovou substitutivo ao Projeto de Lei (PL) 478/2007 que estabelece o Estatuto do Nascituro e prevê, entre outros pontos, o direito ao pagamento de pensão alimentícia, equivalente a um salário mínimo, às crianças concebidas de violência sexual. A proposta segue agora para análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).


A proposta estabelece também que o nascituro é o ser humano concebido, mas ainda não nascido, e inclusive "os seres humanos concebido in vitro, os produzidos por meio de clonagem ou por outro meio científico e eticamente aceito".  O texto diz ainda que o nascituro adquire personalidade jurídica ao nascer com vida, mas sua natureza humana será reconhecida desde a concepção.


O debate da proposta foi acompanhado por defensores dos direitos das mulheres, contrários ao projeto, e manifestantes contrários ao aborto e defensores da proposta. As duas partes lotaram a sala da comissão e exibiram faixas e cartazes pró e contra a matéria. O substitutivo, aprovado anteriormente na Comissão de Seguridade Social e Família, modificou o projeto original e ressalvou o direito de aborto em caso de gravidez resultante de estupro, atualmente permitido pelo Código Penal.


Apesar de a votação na Comissão de Finanças e Tributação não tratar diretamente do mérito da proposta, mas da adequação financeira e orçamentária, a discussão entre os membros do colegiado ficou concentrada em torno da possibilidade ou não do aborto nos casos de estupro.


"O que estamos votando aqui não é o mérito, mas a adequação financeira. Mas também estamos tratando do direito de uma mãe que não queira abortar, mesmo sendo vítima de estupro, de ter o direito a um mínimo de subsistência. Quem é a favor do aborto vota contra o meu parecer, quem é contra o aborto vota a favor. Essa é uma decisão política", disse o relator da proposta na comissão, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), líder do partido na Casa.


Os deputados do PT na comissão chamaram a iniciativa de "bolsa estupro" e disseram que a proposta fere a Lei de Responsabilidade Fiscal, ao não prever o impacto financeiro. Eles ainda discordaram do mérito, sob argumento de que a proposta representa diminuição dos direitos das mulheres.


"O projeto cria despesas sem nenhum tipo de previsão, nem impacto orçamentário. E, no mérito, é um retrocesso na legislação dos direitos das mulheres. É uma dupla violência, pois obriga a mulher a manter contato com o estuprado, mesmo que de forma indireta. O Estado está dizendo: estou pagando pelo seu silêncio e pelo sofrimento", criticou a deputada Erika Kokay (PT-DF).


O deputado Cláudio Puty (PT-PA) disse que a proposta abre brecha para a possibilidade de se criminalizar o aborto, inclusive, nos casos de estupro. "Essa proposta coloca em primeiro lugar o direito do estuprador, em segundo lugar o direito do feto e, em terceiro lugar, o direito da mulher que foi vítima de uma violência", pontuou o petista.


O Artigo 12 do projeto estabelece que é vedado ao Estado e aos particulares causar qualquer dano ao nascituro em razão de um ato delituoso cometido por algum dos genitores. Também prevê que, se for identificado o genitor, ele será obrigado a pagar pensão alimentícia. Caso isso não ocorra, nem a mãe tenha condições financeiras para sustentar a criança, caberá ao Estado o pagamento.


De acordo com a proposta, aquele que causar, culposamente, morte ao nascituro, poderá ser condenado a pena de um a três anos de prisão. A pena será aumentada de um terço se o crime resultar da inobservância de regras técnicas de profissão ou omissão de socorro.


O projeto também proíbe o congelamento, a manipulação ou o uso do nascituro com experimento, com pena de um a três ano de prisão, mais o pagamento de multa. Também poderá ser preso pelo período de um a seis meses aquele que referir-se ao nascituro com palavras ou expressões depreciativas.

Palavras-chave: Comissão Câmara Aprova Pensão Alimentícia Violência Sexual

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3 Comentários

Adivaldo Balbino dos anjos funcion?rio publico aposentado08/06/2013 19:55 Responder

Nos termos do art. 2º do nosso código civil brasileiro, a personalidade da começa nesta fase, e posto a salvo desde a concepção, e pode inclusive titularizar direitos...alimentos, direito de nascer, apesar de controvérsias.

JOAO NOVAIS SERVIDOR P?BLICO08/06/2013 20:54 Responder

Esses caras do congresso ou são todos burros, ou muito mal assessorados ou as duas coisas, ao mesmo tempo. Com um pl, como esse, que se aprovado nas duas casas deverá ser vetado por completo, pelo executivo, por falta de propósito, e por ñ acrescer nada nas leis q já existem - e é por estas, e por outras como esta, que vem a total desmoralização do congresso, e assim fazendo jus pelos seus atos !!!!

Antonio de Pádua Mendes Vieira Administrador - Registro 7374 CRA DF11/06/2013 16:02 Responder

Em 1927 a mulher brasileira deu um importante passo para seu crescimento e respeito na sociedade ao votar pela primeira vez. A partir daí, foram só conquistas, com muita luta, inclusive o direito de se casar com quem bem entendesse. Com a constituição de 1988 e várias leis que se seguiram, foram cortadas todas as amarras que a mantinha na condição de escrava e objeto, para se tornar na coisa ?mais linda e mais cheia de graça? deste País. Agora vem um magote de trogloditas, escondidos em suas máscaras no Congresso Nacional, querendo normatizar o uso de sua genitália por decreto e fazer dela depósito do lixo de gente que não presta. Que todos entendam, ela é a única dona do seu corpo, a quem cabe a deliberação de ter ou não ter filhos. Os das putas, que sempre gozaram com a genitália dos outros, agora querem se servir de recursos do Estado para dar-lhes uma esmola eleitoreira, como sempre fizeram. Esta medida além de vergonhosa irá mesmo é desgraçar a vida alheia. Se o número de eleitores já está pequeno para um sem número de partidos, o remédio é outro. Os políticos e religiosos devem respeitar aquelas que os colocaram no mundo.

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