Caso Richthofen: Promotor acusado de sedução

MP aceita recurso. Defesa entrará com pedido de revisão para provar falsidade de Suzane em acusação de assédio

Fonte: Folha Online/ Jornal Jurid

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O Conselho Nacional do Ministério Público aceitou julgar um recurso da defesa do promotor Eliseu José Berardo Gonçalves, contra o seu afastamento pela acusação de tentar seduzir Suzane von Richthofen, 25, condenada por matar os pais em 2002.


Segundo a jovem relatou a uma juíza, o promotor teria se oferecido para ajudá-la e até teria colocado uma música romântica quando ela foi ao gabinete dele, em 2007, depor sobre supostos maus-tratos na Penitenciária de Ribeirão, onde Suzane estava presa.


O advogado do promotor, Heráclito Mossin, disse que decidiu entrar com pedido de revisão da pena alegando falsidade na acusação de assédio feita pela condenada. Entretanto, Berardo chegou até a cumprir pena de 22 dias de suspensão, pela suspeita.


Ainda não há data definida para o julgamento do recurso.

 


Indenização por agressão em presídio

 

Após sua prisão em abril de 2002, Suzane coleciona acusações, as quais nem mesmo o Estado teria escapado de levar a culpa.


Em dezembro de 2009, a justiça teria negado pedido de indenização feito Suzane, que afirmou ter sofrido agressão psicológica e ameaças de outras detentas, durante uma rebelião ocorrida na Penitenciária Feminina da Capital, em agosto de 2004.


Os advogados de Suzane destacavam ainda na ação que o presídio estava superlotado e pediam que a jovem fosse indenizada em R$ 190 mil pelo Estado por danos morais.


Apesar disso, o desembargador Evaristo dos Santos concluiu que era "impossível responsabilizar o Estado por fato imprevisível" e destacou ainda que, segundo testemunhas, Suzane esteve o tempo todo em local seguro, sendo mantida a sua integridade física.

 


O caso

 
Suzane está presa na penitenciária de Tremembé (147 km de SP), condenada a 38 anos de prisão por participar da morte dos pais em 2002. Em junho, a Justiça negou o pedido de progressão para o regime semiaberto.


O relator do processo, o desembargador Damião Kogan, afirmou que Suzane não tem estabilidade emocional para obter o benefício, pois demonstrou "uma frieza incomum na elaboração e execução do plano [do assassinato dos pais]".


Suzane von Richthofen, 22, ré confessa do assassinato dos pais --Manfred e Marísia von Richthofen--, voltou a ser presa em 10 de abril em São Paulo.


O crime ocorreu na casa da família, no Brooklin (zona sul de São Paulo), em outubro de 2002. Além de Suzane, também confessaram o crime os irmãos Cristian e Daniel Cravinhos --namorado de Suzane na época do crime.


Segundo depoimento dos acusados à polícia, antes do assassinato, o irmão de Suzane --então com 15 anos-- foi levado por ela até um cybercafé. Em seguida, ela e o namorado encontraram Cristian e seguiram para a casa. Suzane entrou e foi ao quarto dos pais para constatar que eles dormiam. Depois, acendeu a luz do corredor, e os rapazes golpearam o casal.


A biblioteca da casa foi revirada, para simular um assalto. Em seguida, Cristian foi para casa, com o dinheiro levado dos Richthofen, enquanto Suzane e Daniel se livraram do material usado no crime. Na tentativa de forjar um álibi, os namorados passaram duas horas em um motel.


Depois, ambos pegaram o irmão de Suzane no cybercafé, retornam à casa e avisaram a polícia sobre o encontro dos corpos.


A prisão preventiva de Suzane foi decretada pelo juiz substituto da 1ª Vara do Tribunal do Júri de São Paulo, Richard Francisco Chequini. Em sua decisão, ele afirmou que a liberdade de Suzane "coloca em risco a vida de testemunha do feito, no caso seu irmão Andreas von Richthofen". Ela havia sido solta em junho de 2005, graças a uma decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça).


Os Cravinhos também chegaram a obter liberdade provisória em novembro de 2005 mas, no início de 2006, eles voltaram a ser presos também depois de conceder uma entrevista, mas à rádio "Jovem Pan".


Manfred e Marísia foram surpreendidos enquanto dormiam e golpeados com bastões, ainda na cama. Suzane, o então namorado dela, Daniel, e o irmão dele, Cristian, foram presos no dia 8 de novembro de 2002 e confessaram envolvimento nas mortes.


O crime teria sido motivado pela proibição do namoro de Suzane e Daniel e a conseqüente herança deixada pelo casal. Suzane afirmou que planejou a morte dos pais "por amor" ao namorado.


Os três foram denunciados (acusados formalmente) pelo Ministério Público por duplo homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima. São acusados também de fraude processual, por terem alterado a cena do crime para forjar um latrocínio.

Palavras-chave: Suzane Von Richthofen; Promotor; Acusação; Defesa; Sedução

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3 Comentários

Adherson Negreiros Tejas Servidor Público02/12/2010 13:34 Responder

Por enquanto, não viável nenhum benefício da progressão a Suzane Von Richthofen. A frieza com q aconteceu o duplo assassinato, revela a personalidade de alguém q não está apta para o regime seme aberto no momento. Ela teria q passar mais tempo no fechado como forma de punição pela barbaria q cometeu, não contra estranhos (q Tb é inaceitável), mas contra seus pais q lhes trouxeram a existência. Era uma garota assistida de carinho e amor, sem falar na mordomia material q usufruía num bairro nobre de São Paulo, às custas dos pais q foram penalizados com a morte de modo cruel, enquanto dormiam, sem nenhuma chance de se defenderem. Não podemos banalizar crimes como esse, como se a vida já ñ valesse mais nada. Penso q mais pra frente, ela poderá requerer essa progressão e será atendida, por enquanto, não. Com relação ao promotor, como qualquer outro ser humano, independente do q faz na vida, deixou-se levar por momento de fraqueza e fragilidade sentimental, ñ medindo as conseqüências q poderiam advir em razão do oficio ministerial. É bom lembrar, q as primeiras vítimas dessa moça foram os irmãos cravinhos (jovens ainda) q entraram de graça nessa armadilha. O caso Suzane serve de espelho p/ outras pessoas ñ enveredar-se pelo caminho da ganância e da licenciosidade. No final, a mercadoria pode custar muito caro.

DOMILTO PEREIRA DE NOVAIS Bacharel em Direito e Metroviário02/12/2010 16:17 Responder

Esta moça é uma assassina sangue frio e muito cruel, jamais deveria conseguir a progressão do regime para o semi-aberto. Quanto ao promotor, não o conheço, mas tenho quase certeza que a Suzane fez alegações levianas quanto ao assédio porque é bem o jeito dela, naturalmente deve estar sendo orientada pelo advogado de defesa, porque nestas circunstância não creio que o promotor faria tal coisa.

DEMES BRITTO ADVOGADO06/12/2010 0:00 Responder

Caro Domilto Acho temerário você afirmar que o advogado de defesa esta orientando sua cliente a tal atitude. Tome cuidado com suas manifestações e opiniões na rede. Deixe a justiça decidir, assim vc pode opinar com maior segurança.

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