Levantamento da Controladoria-Geral da União (CGU) revelou que o volume de saques feitos com cartões corporativos por funcionários do governo federal caiu 63% na comparação entre os meses de março de 2008 e 2007. Segundo dados do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi), foram sacados 786.676,46 reais em março de 2008, ante 2.163.083 reais gastos no mesmo período de 2007 ? quase o triplo do valor. Naquele ano, a média de saques em dinheiro vivo foi de 3,75 milhões de reais por mês.

A queda dos saques coincide com a publicação da reportagem de VEJA de 23 de janeiro de 2008 (leia aqui), que denunciava o abuso. Coincide também com as medidas restritivas impostas pelo governo. A retirada de dinheiro passou a ter o limite de 30% do total de gastos com cartões. Também foi vetado o uso do cartão corporativo para o pagamento de passagens aéreas e diárias.

O próprio governo reconheceu exagero no uso dos cartões. "Havia, realmente, a facilidade do saque", admitiu o ministro da CGU, Jorge Hage, segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo desta quinta-feira. "Embora o decreto anterior já dissesse que era exceção, nós sempre entendemos que a simples referência ao caráter excepcional, sem que fosse estabelecido um limite, não funcionaria."

Segundo o ministro, as medidas restritivas permitem o aprimoramento dos mecanismos de controle e transparência dos gastos do governo. "Para quem saiu do nível de transparência zero, como saímos, a coisa vem crescendo?, disse. "O ideal é que consigamos atingir um nível de 80% de transparência em nível de suprimentos de fundos, já que sempre vão restar algumas exceções nos saques em dinheiro, previstas pelo governo para situações excepcionais."

Em 2007, os gastos com o cartão corporativo mais do que duplicaram em relação ao ano anterior. O salto foi de 33 milhões de reais para 75,6 milhões de reais. Do montante, 45 milhões de reais foram sacados em dinheiro vivo.