Calor leva OAB/RJ a liberar advogados de terno

O presidente da Seccional, Wadih Damous, frisou que a opção de usar ou não terno e gravata será de cada advogado, e vai vigorar até o final do verão.

Fonte: OAB-RJ

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Os recordes de calor no Rio de Janeiro levaram a OAB/RJ a protocolar, no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), pedido de providências contra todos os tribunais no estado, para que seja permitido aos advogados o ingresso nas dependências do Judiciário sem paletó e gravata, substituídos por camisa e calça social.

Na petição ao Conselho, a OAB/RJ argumenta que, apesar da exigência dos tribunais e da tradição de uso do terno nas audiências e nos gabinetes dos magistrados, o Estatuto da Advocacia prevê que compete ao Conselho Seccional da Ordem dos Advogados "determinar, com exclusividade, critérios para o traje dos advogados, no exercício profissional".

O presidente da Seccional, Wadih Damous, frisou que a opção de usar ou não terno e gravata será de cada advogado, e vai vigorar até o final do verão. "Sabemos que o tema é polêmico e alguns colegas podem até preferir manter a tradição; só estamos possibilitando a adoção de roupas mais leves nesse calor", informou.

Na exposição de motivos ao CNJ, a OAB do Rio diz que, frequentemente, as altas temperaturas, com a sensação térmica chegando aos 50 graus, vêm causando desmaios e alterações na pressão arterial em advogados obrigados ao terno nos tribunais, prejudicando sua saúde. O pedido de providências, com pedido de liminar, foi justificado também pelo "fundado receio de que haja resistência", por parte dos magistrados, à determinação da OAB/RJ, "seja pelo ineditismo da medida, seja pela eventual existência de regras regimentais conflitantes".

Palavras-chave: advogado

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3 Comentários

Carlos Oliveira advogado11/02/2010 11:58 Responder

Me causou espanto ler uma notícia dessas de que advogado tem que pedir permissão para usar a roupa que lhe dá conforto térmico, são resquícios de formalidades jamais vistos, aqui no RS a OAB não interfere na vestimenta dos advogados e nem o TJRS o faz, basta que se vistam com decência e moderação. Sem sentido o estado do RJ manter uma "tradição" destas, se aqui no RS os termometros estão a beira dos 40º iamgine ai na terra maravilhosa. Abandonem o paletó em prol da saúde, abraços.

Rinaldo policial militar11/02/2010 13:38 Responder

É o típico estilo tupiniquim. Não entendo qual o motivo de usar terno, com uma sufocante gravata em pleno Brasil, um país tropical (atualmente um verdadeiro inferno), deve ser para tentar impressionar alguns "pobres" coitados.

Luiz Caetano de Salles Advogado11/02/2010 16:10 Responder

Quem se der ao prazer de ler HOLLANDA, Sérgio Buarque de. História geral da civilização brasileira: A época colonial. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1997. 400 p., entenderá porque somos submetidos a essa vestimenta totalmente inadequada ao clima tropical. As vestes sempre foram utilizadas como instrumento de discriminação entre ricos e pobres; entre cultos e leigos... quem mais aprecia a discriminação pelas vestes sãos os magistrados (com raras exceções). Vide o exemplo de um juiz do trabalho que proibiu o reclamante de entrar na sala de audiência porque calcava chinelo de dedo. O padrão cultural do brasileiro precisa evoluir. Parabéns à OAB/RJ pela iniciativa; espero que ela se estenda para as demais Seções.

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