O fundador da Microsoft, Bill Gates, aumentou na segunda-feira em mais de 100% o dinheiro que destina a pesquisas médicas fundamentais em saúde pública e disse a ministros de Saúde de todo o mundo que existe uma "chance histórica" de controlar doenças letais.

Em discurso na sessão de abertura da assembléia anual da Organização Mundial de Saúde (OMS), o homem mais rico do mundo disse que uma combinação avanços científicos "surpreendentes" com uma maior consciência mundial representa uma verdadeira esperança de progresso.

- Estamos prestes a dar passos históricos para reduzir as doenças no mundo em desenvolvimento, (se) equipararmos esta capacidade crescente da ciência ao surgimento de uma consciência moral sobre as desigualdades sanitárias globais - disse Bill Gates.

A Fundação Bill e Melinda Gates é a entidade filantrópica mais abastada do mundo, com um patrimônio de US$ 28 bilhões. No final de 2003, O empresário anunciou a criação de u fundo de US$ 200 milhões para pesquisas a respeito de 14 "grandes desafios" científicos. A vitória em cada um deles representá a possibilidade de avanços gigantescos em saúde pública. Nesta segunda-feira, Bill dobrou a aposta: prometeu elevar a quantia para US$ 450 milhões.

Entre os desafios - escolhidos com base em sondagens com milhares de cientistas de vários países - está a criação de uma vacina em dose única que reúna todas as imunizações infantis básicas. A fundação deve anunciar a concessão do seu primeiro crédito em meados deste ano.

- Estou otimista - disse Gates. - Estou convencido de que veremos mais avanços científicos para a saúde no mundo em desenvolvimento nos próximos dez anos do que vimos nos últimos 50.

Mas Gates cobrou mais empenho dos governos, sejam de países ricos ou pobres. Os países desenvolvidos devem cumprir suas promessas de financiamento contra doenças dos países pobres, que por sua vez devem ampliar seus gastos em saúde, afirmou o empresário.

Gates também defendeu que, quando surjam os medicamentos para doenças devastadoras como a malária, haja formas de garantir que as populações dos países pobres tenham acesso a eles.