Bancários "racham" e greve entra em "beco sem saída"

A greve nacional dos bancários completa amanhã 24 dias. Em meio a um movimento enfraquecido, os dirigentes sindicais passaram a se acusar mutuamente, expondo os "rachas" do movimento sindical.

Fonte: da Folha Online

Comentários: (0)




A greve nacional dos bancários completa amanhã 24 dias. Em meio a um movimento enfraquecido, os dirigentes sindicais passaram a se acusar mutuamente, expondo os "rachas" do movimento sindical.

Os pivôs dessa briga se dividem entre os integrantes da Articulação --corrente majoritária-- e a oposição bancária. O primeiro grupo acusa o segundo de levar a categoria bancária para um "beco sem saída".

"Estamos numa encruzilhada, num beco sem saída. A greve perdeu força. Os bancos se recusam a negociar uma contraproposta. E ninguém quer terminar o movimento sem nada", disse o diretor da Federação dos Bancários da CUT, Marcel Barros.

Para ele, foram os integrantes da oposição bancária que levaram a greve para essa situação. "Eles nos levaram para esse impasse, nos apontando um horizonte que não existia", disse ele se referindo à proposta de reajuste que foi rejeitada pelos bancários.

A Fenaban (Federação Brasileira dos Bancos) ofereceu reajuste de 8,5% e abono de R$ 30 para quem ganha até R$ 1.500. A proposta foi rejeitada porque a categoria pedia 25% de aumento. Mais tarde a a proposta foi rebaixada para 19% de reajuste e abono de R$ 1.500.

Para o diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Dirceu Travesso, integrante da oposição bancária, os dirigentes da Articulação é que querem derrotar a greve.

"É uma vergonha eles dizerem que os bancos não podem dar um aumento maior do que o oferecido. Existe sindicalista que abriu mão de ser dirigente sindical para virar correia de transmissão do governo e de banqueiro junto às bases", afirmou ele. "Virou a santíssima trindade: banco, governo e sindicalista. Todos com o mesmo discurso."

Travesso acusa a Articulação de boicotar a greve. "O movimento está enfraquecido porque não houve organização, mobilização. Era preciso apelar para a solidariedade dos bancários. O governo também não cooperou."

Problemas

Os maiores prejudicados pelo racha são os próprios trabalhadores. Numa greve enfraquecida, quem não aderiu à paralisação não vê motivos para entrar para o movimento. E quem aderiu, se vê forçado a retornar ao trabalho diante do aumento da possibilidade de desconto dos dias parados.

Palavras-chave:

Deixe o seu comentário. Participe!

noticias/bancarios-racham-e-greve-entra-em-beco-sem-saida

0 Comentários

Conheça os produtos da Jurid