RIO - A rejeição à proposta da oposição de um salário-mínimo de R$ 275 e a confirmação do valor de R$ 260, numa votação em que o governo demonstrou ter uma maioria consolidada na Câmara, foram comemoradas na base. Segundo reportagem publicada na edição desta quinta-feira no jornal "O Globo", o ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, recebeu um telefonema do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de Nova York, dando os parabéns pelo resultado que Aldo acabara de saber pela televisão.

- Presidente, saiu tudo como planejávamos. Deu tudo certo - disse Aldo a Lula.

Em outro momento de euforia, outros personagens comemoravam, em cena mostrada pela televisão: o líder do governo na Câmara Professor Luizinho (PT-SP) falava ao telefone com o chefe da Casa Civil, José Dirceu:

- Parabéns para nós todos, Zé.

A votação ocorreu praticamente sem incidentes. O único momento de tensão foi registrado durante um bate-boca entre o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), e o presidente do PPS, Roberto Freire (PE), que tinha orientado a bancada ao voto contrário ao governo. O deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), que tomou as dores de João Paulo, discutiu com Freire. Os dois só não se atracaram porque foram contidos por outros parlamentares. As lentes de TV mostraram o momento em que, fora do microfone da mesa, João Paulo chamou Freire de cretino.

O governo venceu por cem votos, um a mais que na primeira votação na Casa. Desta vez 272 deputados votaram contra o mínimo de R$ 275. A oposição conseguiu apenas 172 votos e foram quatro abstenções.