Alerta contra pobreza extrema

O Brasil deverá atingir as metas fixadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) para o fim da pobreza extrema até 2015, mas terá que dar atenção nos próximos anos a 13 bolsões de miséria que englobam 600 municípios em regiões com 26 milhões de pessoas.

Fonte: Jornal O Globo

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O Brasil deverá atingir as metas fixadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) para o fim da pobreza extrema até 2015, mas terá que dar atenção nos próximos anos a 13 bolsões de miséria que englobam 600 municípios em regiões com 26 milhões de pessoas. O coordenador-residente do sistema ONU no Brasil, Carlos Lopes, disse ontem que o país poderá adotar nestes locais várias das 16 ações de impacto rápido que estão no relatório ?Investindo no desenvolvimento, um plano prático para atingir os objetivos de desenvolvimento do milênio?, preparado por especialistas e divulgado anteontem em Nova York.

Segundo a ONU, os 13 bolsões ? que têm população equivalente a do Marrocos, ocupando território quatro vezes maior que o da França ? apresentam Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) comparável ao de Uganda, um dos piores do mundo. Os focos de miséria estão espalhados pelo Brasil, à exceção de Rondônia, Roraima, Amapá, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Norte. No Estado do Rio, o bolsão de miséria batizado de Bacia do Itabapoana reúne municípios do Norte fluminense e os de Espírito Santo e Minas Gerais.

Como deve alcançar objetivos de daqui a dez anos, a ONU sugere que o Brasil adote metas mais ambiciosas de redução da pobreza, para cumpri-las até 2015, ou diminua o prazo fixado.

? Serão necessárias políticas bem focalizadas nestes 600 municípios porque se trata de um país muito desigual. Também deve haver coordenação para evitar a fragmentação de políticas entre os governos federal, estadual e municipal ? disse Lopes.

Especialista critica desigualdades

As 16 ações de impacto rápido sugeridas vão da redução de custo de matrícula escolar à criação de fundos para reabilitar bairros de grandes cidades, passando por planejamento familiar e reflorestamento. Para o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), os bolsões de miséria não estão só no interior como do Nordeste e do Vale do Ribeira (SP), mas também são graves em metrópoles como Rio e São Paulo.

? No Rio, observam-se IDHs que vão do patamar da Espanha à Suazilândia. O problema também já existe nas cidades médias do interior ? disse o coordenador do Pnud no Brasil José Carlos Libânio.

A ONU considera pobreza extrema a condição de pessoas que vivem com menos de US$ 1 por dia e sem serviços como água tratada e esgoto. O documento da ONU consta do Projeto Milênio, ação para acabar com a pobreza extrema de 2000 a 2015 e foi elaborado por 250 especialistas, coordenados pelo economista Jeffrey Sachs.

No Brasil, foi contratada uma equipe de seis pessoas, entre elas Paulo Renato de Souza, ex-ministro da Educação do governo Fernando Henrique. Carlos Lopes disse que o país avançou em áreas como combate à Aids e ensino fundamental de 7 a 14 anos. Os problemas estão em meio ambiente, saúde (doenças como hanseníase) e desigualdade de oportunidades entre homens e mulheres. Para ele, o governo Lula tem enfocado corretamente o combate à pobreza.

? O governo Lula tem avaliação positiva em adotar essas políticas sociais. Não tem sentido comparar as políticas do governo passado e o atual: um ficou oito anos, este só tem dois anos. Deve haver continuidade das políticas e inovação, como o Bolsa Família, agrupando programas.

Segundo Libânio, há muita pobreza na zona rural do Nordeste e há um componente racial, pois oito em cada dez pessoas em pobreza extrema são pardos ou negros.

? O Brasil tem recursos para (resolver os problemas) nos 600 municípios em pobreza extrema.

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1 Comentários

José Carlos Paiva Estudante Direito21/01/2005 0:39 Responder

Realmente em momentos como este envergonho-me de ser Brasileiro e principalmente sinto-me impotente sem nada poder fazer p/ ver esta miséria ainda em pleno século 21 sendo derramada sobre os chamados "seres HUMANos".????? Onde realmente está nosso congresso, senado e supremo, que não veem , ou não querem ver este absurdo dos absurdos em termos de miséria. Isto para os chamados governantes, deveria ser uma lição de quanto os corruptos levam diariamente não distribuindo o que de fato seria destes 26.000.000. de famintos e miseraveis. Mas fica facil passar os olhos como se nada vissem, pois esta dor eles e os seus jamais sentirão; pois os cofres públicos os alimentam sem nenhuma vergonha. O importante, é que com certeza, a justiça Final saberá o que fazer com estas pesoas em seus futuros próximos. Se realmente fosse tão ruim e trabalhoso ser poder, não teriamos tantos se matando por suas reeleições. Para onde estão seguindo os chamados recordes de arrecadações?, onde estão nossos chamados tributos?, em que direção eles estarão seguindo seus cursos?... será, que estamos PREVARICANDO???????? Que a LUZ divina nos proteja e possamos deitar e dormir sem pesadelos. Até mais.

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