Advogados de Maluf estudam pedido de hábeas-corpus

Os advogados do ex-prefeito Paulo Maluf e do filho dele, Flávio Maluf, ainda não sabem quando vão entrar com o pedido de hábeas-corpus para libertar seus clientes, que passaram o fim de semana presos na sede da Polícia Federal em São Paulo.

Fonte: Globo Online

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Os advogados do ex-prefeito Paulo Maluf e do filho dele, Flávio Maluf, ainda não sabem quando vão entrar com o pedido de hábeas-corpus para libertar seus clientes, que passaram o fim de semana presos na sede da Polícia Federal em São Paulo. É provável que o façam ainda nesta segunda-feira. Os advogados José Roberto Batocchio e Ricardo Tosto estiveram neste domingo na PF por cerca de 2 horas e afirmaram que, antes de entrar com o pedido de hábeas-corpus, precisam estudar a decisão da Justiça.

A prisão preventiva dos dois foi decretada na sexta-feira pela juíza Silvia Rocha, da 2ª Vara Criminal Federal de São Paulo, que aceitou na íntegra a denúncia da Polícia Federal, endossada pelo Ministério Público Federal. Maluf e seu filho Flávio são acusados de coagir testemunhas e ocultar provas do processo no qual agora é réu e acusado de evasão de divisas, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. No pedido de hábeas-corpus, os advogados deverão argumentar que não há testemunha coagida, pois o doleiro Vivaldo Alves é réu e réus de um mesmo processo podem combinar, pela lei, o que vão dizer à Justiça.

Maluf e o filho estão presos deste sábado e têm recebido alimentos levados pelo secretário particular do ex-prefeito, Roque Carneiro, que trabalha com ele há 38 anos. Jaqueline Maluf, mulher de Flávio, foi a única da família a visitar os dois na PF e esteve com eles no sábado por cerca de uma hora. Também no sábado, o vereador Agnaldo Timóteo e o deputado estadual Antonio Salim Curiati, ambos do PP, tentaram visitar o ex-prefeito mas foram impedidos de entrar. Curiati levou quibes e quindins para Maluf.

O ex-prefeito está pondendo usar livremente o telefone celular para se comunicar com a família e com empregados. Carneiro, por exemplo, diz que Maluf ligou às 7h30m deste domingo para ele. Pouco antes das 10h o secretário chegou na sede da PF levando uma pequena sacola vermelha com produtos para o café da manhã, como torradas, mel e adoçante. Segundo ele, o ex-prefeito está chateado, mas 'permanece firme' e está tranqüilo.

Roque Carneiro negou que Maluf esteja na mesma cela que seu filho Flávio. Segundo ele, as instalações são bem melhores do que às informadas à imprensa. O secretário disse que os dois estão numa espécie de apartamento de dois quartos, com sala de TV e copa com geladeira.

- Ele está bem, está firme, não está chorando pelos cantos não - disse Carneiro.

Maluf e seu filho, Flávio Maluf, estão presos desde sábado. O ex-prefeito se apresentou à Polícia Federal às 0h20m e o filho dele chegou algemado às 8h30m da manhã.

Pela manhã, um carteiro tentou deixar um telegrama endereçado ao ex-prefeito, mas foi orientado a entregar na casa dele. Duas estudantes de biologia, de 22 e 19 anos, foram vestidas de 'chef' à sede da PF e deixaram quibe e coalhada para o ex-prefeito. Segundo elas, foi um 'ato de protesto' e a comida seria para que ele possa permanecer preso o maior tempo possível.

Maluf, que estava em sua casa de campo em Campos do Jordão, se antecipou à prisão e entregou-se às 0h20m deste sábado à PF. Acompanhado de advogados e visivelmente abatido. Ele carregava apenas uma pequena sacola e entrou sem falar com os jornalistas. Flávio Maluf chegou à sede da PF algemado no início da manhã. Segundo Batocchio, foi combinado com a Polícia Federal que ele se apresentaria. Dois policiais federais teriam ido com até a fazenda dele na cidade de Dourado, região central de São Paulo, e seguido para São Paulo no helicóptero de Flávio Maluf. Na chegada à capital, num heliponto no Morumbi, zona oeste, ele recebeu voz de prisão da PF e foi algemado, causando protesto do advogado, que considerou desnecessária a medida e disse que seu cliente caiu numa 'armadilha' por ter sido surpreendido. Para a Polícia Federal, a medida foi necessária e foi feito o que se faz com todos os detidos. Flávio Maluf chegou na sede da PF na zona oeste num carro da Polícia Federal, cercado por muitos policiais e abatido. Logo pela manhã, receberam colchonete, travesseiro e mala com roupas e pertences pessoais enviada pela família.

A linha de defesa já foi explicitada pelo advogado José Roberto Batocchio. Segundo ele, o doleiro Vivaldo Alves, conhecido como 'Birigui', é réu confesso no processo e não testemunha. Portanto, ao conversar com ele e sugerir que nada falasse durante os depoimentos Maluf não estaria 'coagindo testemunha'.

- O seu Vivaldo Alves é réu, e réu confesso. Então, se não há testemunha, o fato de outro acusado ter conversado com ele não caracteriza corrupção de testemunha, por favor. Vamos colocar as coisas no devido lugar. Os advogados de vários acusados num mesmo processo tem direito de combinar uma estratégia de defesa comum - afirmou o advogado.

Birigui é réu confesso porque admitiu que é dele a conta na agência do Safra em Nova York onde foram movimentados US$ 160 milhões. O doleiro, porém, valeu-se da delação premiada e disse à PF que a conta foi aberta a pedido dos Maluf, que seriam os donos do dinheiro. Vivaldo Alves e Simeão Damasceno de Oliveira, ex-diretor da construtora Mendes Júnior, são réus no mesmo processo de Maluf. A pena mínima é de oito anos de prisão.

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1 Comentários

Ernesto Guevara Revolucionário13/09/2005 17:05 Responder

Façam suas apostas !! Qto tempo este larápio ficará preso ? Uma semana ? Um mês ? Um ano ? Na China seria fuzilado. Enquanto isso o ladrão de toca fita fica preso numa cela com o triplo da capacidade e responde ao processo preso. Dois pesos duas medidas, será ?

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