Devido à greve dos defensores públicos, foi adiado o julgamento que seria realizado amanhã (dia 14 de julho), no 1º Tribunal do Júri do Rio, dos cinco co-réus do traficante Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, acusados de participação na morte do jornalista Tim Lopes, em 2002. Seriam julgados nesta quinta-feira, Ângelo Ferreira da Silva, o Primo; Fernando Satyro da Silva, o Frei; Elizeu Felício de Souza, o Zeu; Reinaldo Amaral de Jesus, o Cadê ou Kadê; e Claudino dos Santos Coelho, o Xuxa. O juiz Fábio Uchôa remarcou o júri para o dia 18 de agosto, às 12 horas.

Dos nove indiciados no processo, dois já morreram - André da Cruz Barbosa, o André Capeta, e Maurício de Lima Matias, o Boi - e dois já foram julgados em separado (Elias Maluco - condenado a 28 anos e seis meses de reclusão e Cláudio Orlando do Nascimento, o Ratinho - condenado a 23 anos e seis meses). Os dois últimos foram defendidos por advogados particulares. Todos os acusados estão sendo julgados por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e formação de quadrilha.

Os outros cinco réus são assistidos pelos defensores públicos Bernadett de Lourdes Rodrigues e Álvaro Sagulo de Aquino. A Defensoria Pública do Estado está em greve há mais de um mês, e reivindica, entre outros, reajuste salarial de 62,51%.

Tim Lopes desapareceu em 2 de junho de 2002, quando fazia uma série de reportagens investigativas para a TV Globo, na Favela da Vila Cruzeiro, na Penha, Zona Norte do Rio, sobre bailes funk. Segundo testemunhas, ele teria sido torturado e assassinado, sob as ordens do traficante Elias Maluco, um dos líderes do grupo criminoso Comando Vermelho. Seu corpo foi também esquartejado e queimado em pneus.