13º salário: pagar dívidas é prioridade, dizem analistas

Cerca de 78 bilhões de reais serão despejados na economia em dezembro, quando 68 milhões de brasileiros recebem o 13º salário.

Fonte: Veja Online

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Cerca de 78 bilhões de reais serão despejados na economia em dezembro, quando 68 milhões de brasileiros recebem o 13º salário. Há quem já faça planos de comprar um carro novo ou de multiplicar a quantia extra em aplicações financeiras. Mas os analistas alertam: com ou sem crise, a coisa mais inteligente a fazer é quitar dívidas. ?Em média, uma aplicação rende entre 0,5% e 1%, enquanto o juro do empréstimo vai de 3% a 4% ao mês?, explica Keyler Carvalho Rocha, vice-presidente do conselho de administração do braço paulista do Instituto Brasileiro de Executivos de Finança (Ibef). ?Quitar uma dívida vale mais do que qualquer investimento.?

A orientação da Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac) é idêntica. As dívidas com cartão de crédito e cheque especial são as mais urgentes, já que embutem os maiores encargos: 10,46% e 7,88% ao mês, respectivamente. A seguir, o consumidor deve partir para outros débitos, sempre tentando negociar descontos, especialmente por meio da antecipação do pagamento de prestações. Eliminadas as dívidas, o passo seguinte é se concentrar no que janeiro reserva: o acerto das compras pré-datadas de Natal, as despesas escolares e os tradicionais impostos de começo de ano, como IPTU e IPVA. Para isso, é preciso poupar.

?Pague as dívidas, principalmente as mais caras, guarde dinheiro para as despesas de janeiro e poupe o que sobrar. A crise está trazendo uma incerteza brutal, é hora de ficar quietinho no seu canto e não assumir mais riscos no futuro?, avisa William Eid, coordenador do Centro de Estudos de Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV). ?A chance de perder o emprego cresce com a crise.?

Levantamento da Anefac mostra que os consumidores estão por dentro do que pregam os especialistas. Das 573 pessoas ouvidas, 60% disseram que pretendem usar o 13º para saldar débitos. A segunda finalidade do 13º é comprar presentes (15%), seguida de poupança e aplicação (11%).

Onde investir - Os especialistas também têm dicas para a aplicação. Para Eid, da FGV, o momento oferece boas oportunidades, como os títulos do Tesouro Nacional, que unem retorno e segurança. ?Há títulos pós-fixados rendendo 8,5% ao ano, além de pagar o IPCA [Índice de Preços ao Consumidor Amplo] e pré-fixados rendendo 17% ao ano?. Esse tipo de aplicação tem sido de fato muito procurada: o investimento em títulos foi recorde em outubro, totalizando 259,1 milhões de reais, cifra 345,4% superior à do mesmo período de 2007. Funcionando como uma poupança de longo prazo, o site Tesouro Direto, do Ministério da Fazenda, permite aplicações via internet a partir de 200 reais.

A Anefac também recomenda segurança. Para a associação, o mais prudente agora é partir para um fundo de renda fixa ou para a sempre segura caderneta de poupança. Rocha, do Ibef, lembra que a poupança rende muito pouco (cerca de 0,5% ao mês) e, por isso, indica o fundo de renda fixa DI (Depósito Interfinanceiro), para quem quer retorno rápido, ou os fundos FGDL e VGDL, para resgate a longo prazo. O DI reúne três vantagens: rende mais que a poupança (cerca de 0,8% ao mês), tem liquidez e rentabilidade mais ou menos asseguradas e oferece rendimento diário, ao contrário da poupança.

O FGDL e o VGDL são fundos de aposentadoria privada, interessantes no longo prazo, porque a carga tributária que incide sobre eles diminui com o tempo. No FGDL, o consumidor tem ainda o benefício de abater 12% do valor investido do seu Imposto de Renda. ?Ao final, esse valor será cobrado pelo fisco, mas aí você já vai ter mais dinheiro para pagar, porque vai ter deixado 12% a mais rendendo por ano?, diz Rocha. No VGDL, por outro lado, tem a vantagem de a tributação incidir apenas sobre o rendimento.

De acordo com Rocha, não apenas a necessidade de pagar dívidas e a prudência recomendada por um período de instabilidade devem adiar os gastos com consumo neste momento. Esperar é estratégico. ?Está chegando uma crise, e com ela os produtos vão ficar mais baratos, os empresários vão baixar o preço para não ficar com estoque encalhado.?

Palavras-chave: dívida

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