A distopia humana à serviço das guerras

Por Leonardo Sarmento.

Fonte: Leonardo Sarmento

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Não há palavras para dimensionarmos o que é o extremismo nas relações humanas esteja ele travestido da ideologia que representar, é sim a escuridão do processo racional.


No Brasil, em grau menor por inexistir grupos terroristas de expressão, temos uma diminuta, quase incipiente noção, do que o extremismo inserido na sociedade pela política pode promover. Por aqui percebemos uma sociedade dividida e pouco, quase nada fundamentada, como em geral se traduzem os extremismos, que limitam o poder que difere os "homo sapiens sapiens", que nos oportuniza termos cérebros grandes repleto de possibilidades cognitivas das amebas.


Convive o mundo, faz mais de um ano, com a guerra Rússia/Ucrânia, que dizima culturas quase que completamente por mortes de fundamentos mesquinhos e indefensáveis e defenestráveis, ordenados pela ganância, pelo poder maior, pela desconstrução da dignidade humana abarcado por um viés inescrupuloso ditatorial unilateral.


Agora o terrorismo religioso e territorial volta a se unir contra uma ordem social organizada, Israel, e de inopino chega para dizimar. Transforma uma guerra silenciosa em momentos de diálogos, muitos deles cínicos e de boa-fé sob suspeição, em uma guerra ensurdecedora de espíritos, de almas, ungida pela barbárie que se revela pelo tempo impiedosamente desprezível por uma proposta verdadeira de paz.


O homem é quem destruirá o homem direta ou indiretamente, o espaço que habita faz tempo é escanteado, seus meios de vidas gregários dissolvidos por sua ação ou omissão, e quem sabe esteja aí a razão para criação humana, o porquê do nascimento e da morte, a única certeza que trazemos para vida desde os nossos primórdios dias. A vida cada vez mais desimportante e a morte cada vez mais imponderável pela existência humana profundamente disfuncional.


O Brasil assumiu a Presidência do Conselho de Segurança da ONU por um mês. O Brasil é um dos dez membros que possuem vagas não permanentes e rotacionais que se somam aos países com vagas permanentes, que são Estados Unidos, China, França, Reino Unido e Rússia. Apenas os permanentes possuem poder de vetar resoluções do órgão por razões de interesse próprio. O Brasil pleitea ao lado da Índia e África do Sul uma vaga no Conselho permanente. 


Desta feita, terá o Brasil certo protagonismo com relação não apenas à guerra Rússia/Ucrânia, mas diante da nova guerra declarada entre Israel e Hamas, que conta com o apoio do grupo terrorista Hezbollah. Brasil reconhecidamente um país neutro nas questões de guerra, por razões mais que óbvias pelos sujeitos e formas de ataques terá que se posicionar duramente contra o terrorismo, e a partir de uma competente gestão dos conflitos encontrar maiores fundamentos para ocupar a posição de um dos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. Esperamos que nossa diplomacia capitaneada pelo Ministro das Relações Mauro Vieira atue com a competência desejada.


Leonardo Sarmento

Leonardo Sarmento

Professor constitucionalista

Professor constitucionalista, consultor jurídico, palestrante, parecerista, colunista do jornal Brasil 247 e de diversas revistas e portais jurídicos. Pós graduado em Direito Público, Direito Processual Civil, Direito Empresarial e com MBA em Direito e Processo do Trabalho pela FGV.


Palavras-chave: Distopia Humana Serviço Guerras Israel Rússia Ucrânia Hamas

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