A declaração “o espírito está pronto, mas a carne é fraca” significa que a natureza humana é frágil e possui suas debilidades, enquanto o espírito deseja fazer o que é bom. Foi Jesus quem disse essas palavras enquanto estava no Jardim do Getsêmani (Mateus 26:41; Marcos 14:38).

Infelizmente a declaração é mal interpretada. A carne que compõe o corpo não aguenta, o instinto não resiste a tantas tentações. A operação Carne Fraca foi deflagrada pela Polícia Federal brasileira e, teve seu início em março de 2017 e investigou as empresas como a JBS, dona das marcas Seara, Swift, Friboi, Vigor e a empresa BRF que é dona da Sadia e da Perdigão acusadas de adulterarem a carne que vendiam tanto no mercado interno como no externo.

No contexto, o país é o líder mundial de exportação de carne bovina e de franco sendo o quarto maior exportador de carne suína. E, no ano de 2016 as vendas do setor correspondia a cerca de oito por cento de todo o comércio mundial. Com o efeito das investigações em comento os preços das ações das referidas empresas despencaram na Ibovespa e, antes já apresentavam resultados ruins, em face da quebra de confiança.

Já em março de 2018 quando se deflagrou a terceira fase da operação e que teve como alvo o esquema de fraudes descobertas na empresa BRD e, então o presidente da companhia foi um dos dez presos pelos agentes. Foram cumpridos noventa e um mandados decretados pela Justiça Federal do Paraná e, deu-se onze prisões temporárias, vinte e sete conduções coercitivas e cinquenta e três mandados de busca e apreensão em unidades da BRF.

Os crimes variam desde falsidade documental, estelionato qualificado com formação de quadrilha, cumulados com crimes contra a saúde pública.

As principais empresas investigadas e alvos da operação Carne Fraca doaram 393 milhões de reais a políticos nas eleições gerais em 2014. O maior beneficiário foi o PT com 60,7 milhões de reais. O PMDB ficou em segundo lugar com 59,1 milhões de reais e em seguida o PSDB com 58,1 milhões de reais. O PP e o PR receberam 38,1 e 24,4 milhões de reais respectivamente.

Dentre os candidatos, os políticos filiados ao PT foram os que mais receberam, totalizando 60,6 milhões, enquanto políticos do PMDB 6,9 milhões, do PSDB 3,3 milhões de reais, do PSD 3,1 milhões de reais e do PROS 1,6 milhão de reais.