Curiosidades sobre a Independência do Brasil
A Independência do Brasil que fora proclamada em 7 de setembro de 1822 pelo então Príncipe Regente, Dom Pedro de Alcântara. Não há consenso ente os historiadores quanto a veracidade desse grito de Independência. Há curiosidades que explicam bem a formação da identidade nacional. Ao proclamar a independência, o Brasil rompia os laços com a coroa portuguesa e passava a ser uma nação autônoma. Essa conquista representou não apenas a liberdade política, mas também o início de um longo processo de construção e consolidação da identidade nacional brasileira.
A Independência do Brasil foi
resultante de um processo complexo. Todo fato histórico relevante para uma
nação sempre traz uma série de construções produzidas para torná-lo épico e espetáculo.
A narrativa contada sobre a data não corresponde exatamente a tudo que se deu
na
época. Primeiramente, não
houve acena glamurosa retratada no quadro "Independência ou
Morte". Não havia na tropa os
dragões da independência que só foram criados anos depois do fato. Dom Pedro
trajava-se de modo simples com roupas de algodão e muito sujas de terra.
O livro “Histórias da Gente
Brasileira”, Volume 2, de Mary Del Priore, informa que o primeiro registro
escrito sobre o Grito do Ipiranga aconteceu apenas quatro anos depois da
Proclamação, em 1826.
Os cavalos brancos também não
eram parte da realidade, visto que o trajeto era realizado mesmo com mulas.
O grito de Independência ou
morte! Para o padre, Dom Pedro teria
dito algo assim, “Nada mais quero com o governo português e proclamo o Brasil
para sempre, separado de Portugal”. Também não foi às margens do Ipiranga,
local que hoje dá nome a um bairro na cidade de São Paulo.
Os historiadores contam que,
durante a volta de Santos, Dom Pedro sofrera muito com problemas intestinais, o
que fizera com que ele parasse diversas vezes para se aliviar no meio das plantações.
A primeira curiosidade é “Dom Pedro I estava
com de barriga e montado em uma mula no dia em que proclamou a independência do
Brasil”. A informação foi retirada do livro 1822, do autor brasileiro
Laurentino Gomes.
O processo de independência
também não foi tão pacífico como narram. Devido à ausência de uma grande guerra
pela independência, costuma-se enxergar o processo de separação do Brasil de
Portugal como sendo mero acordo entre pai e filho, ou seja, Dom João VI e Dom
Pedro. Mas, isso não é totalmente verdade. Apesar de não ter havido grande
confronto com Portugal, como ocorreu em outras nações.
Então, ele estava cercado de
fazendeiros e pessoas comuns do Vale do Paraíba, em São Paulo. Ou seja, os
Dragões da Independência e a guardada fardada, que aparecem na obra de Pedro
Américo, “O Grito do Ipiranga”, de 1888, não existiam na época.
Ademais, o governo brasileiro
pagou régia taxa para o acordo de reconhecimento. O maior e principal apoiador
do regime monárquico de Dom Pedro e que o fez Imperador do Brasil foi a
aristocracia rural das províncias do sudestes, principalmente, São Paulo, Minas
Gerais e Rio de Janeiro. Mas, os outros estados não eram tão favoráveis ao novo
Imperador, que não encontrou um país unido na sua posse.
Está presente no Tratado de
Paz e Aliança de 29 de agosto de 1825 que reconheceu a independência do Brasil,
havia a informação que o governo brasileiro precisava pagar 2 (dois) milhões de
libras esterlinas para Portugal.
Assim, teve que enfrentar um
território extenso e fragmentado, o que gerou uma série de confrontos motivados
tanto pela resistência brasileira quanto pelas tropas do Imperador. O dia da
Independência nem sempre foi o sete de setembro. Durante o governo de Dom Pedro
II, a Coroa procurou resgatar fatos históricos do Brasil para o fortalecimento
de uma identidade nacional.
E, para a independência,
existiam algumas opções, tal como a nove de janeiro (Dia do Fico) ou o primeiro
de dezembro (Dia da Coroação), por exemplo. Não existem dados precisos
afirmando que o recebimento da carta na chegada de São Paulo ocorrera
exatamente em sete de setembro. A escolha dessa dato foi resultante do processo
iniciado ainda em 1822.
O protagonismo da data seja de
Dom Pedro I, quem formalmente decretou a Independência do Brasil foi Maria
Leopoldina, a esposa do príncipe regente. A informação é do livro “D.
Leopoldina, a história não contada – A mulher que arquitetou a independência do
Brasil, de Paulo Rezzutti.
Essa é uma das curiosidades
sobre o 7 de setembro que são mais conhecidas. Então, foi a princesa Leopoldina
que assinou a declaração da independência, escrita por José Bonifácio, em 2 de
setembro de 1822.
Ainda em setembro do mesmo
ano, os adeptos e apoiadores do governo de Dom Pedro enviaram diversas missivas
para outras províncias para conseguir o apoio dos políticos locais. Além disso,
a assinatura do reconhecimento da independência por Portugal fora escolhida
para ser o sete de setembro de 1825.
A data fora eleita para
simbolizar o Dia da Independência e motivadora de comemorações disseminadas por
toda a nação. É comum em muitos países a criação de mitos sobre fatos, a fim de
criar uma identificação com a história nacional.
Ainda o Tratado da Paz e Aliança, de 29 de
agosto de 1825, apresenta mais um fato interessante, que é que o Brasil não
podia anexar países africanos. Portanto, na época, o reino da Angola queria ser
território brasileiro e não português.
Dessa forma, o artigo 3º do
Tratado determina que o imperador brasileiro deveria prometer não aceitar as
proposições de quaisquer colônias portuguesas para se reunirem ao Império do
país.
A regra foi inserida no documento
devido aos interesses mercantis angolanos, que estão vinculados mais ao Brasil
do que a Portugal.
Em 2022, o governo brasileiro
fez um acordo com Portugal para trazer o coração de Dom Pedro I para a
comemoração dos 200 (duzentos) anos da Independência. Então, o órgão ficou
exposto no Palácio do Itamaraty, de acordo com o Ministério das Relações
Exteriores.
Após a morte do imperador por
tuberculose em setembro de 1834, uma série de acordos reais e eclesiásticos
foram feitos para que, em fevereiro de 1835, o coração fosse enfim enviado para
o Porto, guardado em um vaso de prata dourada, envolto em um estojo forrado de
veludo negro, dentro da Igreja de Nossa Senhora da Lapa.
O órgão do imperador
brasileiro foi trazido de Portugal a bordo de um jato executivo da FAB, a Força
Aérea Brasileira, e a exposição ocorreu de 25 de agosto a 5 de setembro de
2022.
A solenidade e a exposição do
coração de Dom Pedro I foram alvo de críticas, especialmente pelo custo do
translado e a morbidez das homenagens.
O dia sete de setembro é
feriado nacional que foi definido no governo do Marechal Eurico Gaspar Dutra,
através do Decreto-Lei 662, de 6 de abril de 1949. Registre-se, ainda, que no
governo de Fernando Henrique Cardoso, esse decreto fora modificado, mas, o dia
foi mantido como feriado nacional. E, a versão desse governo resta positivada
na Lei 10.607, de 19 de dezembro de 2002.
A data marca a fundação do
país, sendo marcante na história brasileira e, por isso, deve ser celebrada
coletivamente. Destaca-se que ocorrem desfiles nas principais cidades
brasileiras realizados pelas Forças Armadas com apresentações de bandas
marciais e de diversas entidades civis que se inscrevem para participar da
comemoração. O ano passado, como parte das comemorações do bicentenário da
Independência do Brasil foi organização a exposição do coração de Dom Pedro I
que se encontra depositado e preservado em uma urna.
O dia sete de setembro é uma
data importante para nossa história e a memória coletiva do povo consolidou
essa data como sendo o marco de fundação de nosso país. Deu-se a formação de um
Estado nacional, ou seja, o processo permitiu a formação de um Estado nacional
brasileiro. Com a separação de Portugal, o Brasil teve a oportunidade de
construir suas instituições políticas e administrativas, desenvolvendo uma
estrutura de governo própria e estabelecendo a base para a consolidação do
Estado brasileiro.
No entanto, a independência
não resolveu automaticamente todos os desafios sociais e políticos que o Brasil
enfrentava. O país ainda tinha que lidar com questões como a escravidão, a
desigualdade social, a falta de infraestrutura e a consolidação de uma
identidade nacional. Esses desafios se tornaram alvo de lutas e movimentos ao
longo dos anos, moldando a história e a trajetória do país.
Eis que entre os desafios sociais e políticos como a desigualdade social e a falta de uma infraestrutura realmente progressista ainda são contemporâneos.
Referências
DEL PRIORE, Mary. História da
Gente Brasileira. Volume 2. Império. São Paulo: Editora Leya, 2016.
FAUSTO, Boris. História do
Brasil. São Paulo: Edusp, 2013. p 116.
GOMES, Laurentino. 1822.
Edição comemorativa. São Paulo: Globo Livros, 2022.