O assédio moral no ambiente de trabalho é uma questão séria que afeta mais da metade dos trabalhadores brasileiros, de acordo com uma pesquisa recente. Caracterizado como uma forma de violência psicológica, o assédio moral pode assumir diversas formas, incluindo exposição humilhante, isolamento, gritos, boatos vexatórios, apelidos pejorativos e muito mais.

De acordo com a Cartilha de Prevenção ao Assédio Moral divulgada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), o assédio moral é a exposição repetitiva e prolongada de pessoas a situações humilhantes e constrangedoras no ambiente de trabalho, prejudicando a dignidade, a integridade e a saúde do indivíduo, além de afetar o ambiente de trabalho como um todo.

Uma pesquisa do site Vaga revelou que 52% dos profissionais já sofreram assédio moral, mas surpreendentemente, 87,5% desses colaboradores não denunciaram o ocorrido, muitas vezes devido ao medo de represálias em relação a seus empregos.

Para abordar essa questão crucial, entrevistamos a advogada trabalhista e sócia do Feltrin Brasil Tawada Advogados, Giovanna Tawada.

Pergunta 1: Como identificar o assédio moral dentro de uma organização?

Giovanna Tawada: Para identificar o assédio moral, é fundamental que os empregados e empregadores compreendam o que ele é. Trata-se de uma conduta repetitiva, que pode vir de outro empregado ou até mesmo do empregador, independentemente do nível hierárquico, e que prejudica a autoestima do empregado, expondo-o a situações constrangedoras e humilhantes.

Pergunta 2: Quais são as possíveis formas de assédio moral?

Giovanna Tawada: Existem várias formas de assédio moral no ambiente de trabalho, como a exclusão de um empregado de grupos de conversas, a negação de trabalho, desconsideração de suas opiniões sem justificativa, advertências injustificadas, perseguição excessiva, entre outras. É crucial identificar essas condutas para que a empresa possa tomar medidas disciplinares apropriadas e combater essa prática prejudicial.

Pergunta 3: Como é possível trabalhar para evitar casos de assédio moral em uma organização?

Giovanna Tawada: A prevenção do assédio moral é fundamental e pode ser realizada por meio de políticas internas, regulamentos e canais de denúncia acessíveis aos empregados. A empresa deve investigar as denúncias com cautela e sigilo, e tomar medidas disciplinares adequadas contra os assediadores. Promover uma cultura de respeito e oferecer treinamento contínuo também são importantes para a prevenção. É essencial que os empregados conheçam essas políticas e saibam como relatar casos de assédio.

Pergunta 4: Quais são as consequências de um possível assédio moral?

Giovanna Tawada: Na Justiça do Trabalho, se o assédio moral for comprovado, a empresa pode ser condenada a pagar indenização ao empregado. É importante que o empregado reúna provas robustas da ocorrência do assédio, seja por meio de documentos, testemunhas, mensagens ou vídeos.

Em resumo, a prevenção do assédio moral é fundamental para empregados e empregadores. Quando todos trabalham juntos para criar um ambiente de trabalho respeitoso e seguro, o risco de ocorrência de assédio moral é reduzido, e as vítimas recebem o apoio necessário para lidar com a situação.

Sobre o Feltrin Brasil Tawada Advogados - O Feltrin Brasil Tawada Advogados é um escritório especializado na área trabalhista, consultiva e contenciosa. Fundado por Waléria Feltrin, Thays Brasil e Giovanna Tawada, o escritório compromete-se com a excelência na prestação de serviços jurídicos, atendendo pessoas físicas e jurídicas em todas as instâncias, administrativas e judiciais, com competência, responsabilidade e profissionalismo.