OAB abre processo disciplinar contra advogado que admitiu ser usuário de drogas

Ércio Quaresma, defensor do goleiro Bruno, foi mostrado pelo SBT fumando crack. Ele diz que "depois da bomba de Hiroshima - essa é a substância mais avassaladora que o ser humano inventou"

Fonte: Espaço Vital

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O presidente da OAB de Minas Gerais, Luís Cláudio Chaves, determinou ontem (17) a abertura de um processo disciplinar contra o advogado Ércio Quaresma, que declarou publicamente ser usuário de drogas.


Quaresma defende o goleiro Bruno da acusação de envolvimento no desaparecimento e morte de Eliza Samúdio, ex-namorada do jogador.


De acordo com o presidente da OAB mineira, a portaria de início do processo disciplinar pede que seja avaliada a concessão de uma suspensão preventiva, o que afastaria liminarmente Quaresma do exercício da profissão.


Ele revelou à imprensa que é vicíado em ´crack´. Na terça-feira (16), foi exibido na programação da TV Alterosa-MG, afiliada do SBT, um vídeo em que Ércio Quaresma aparece em uma favela de Belo Horizonte (MG), ao lado de outros usuários de drogas. Nas imagens, o defensor do atleta aparece trajando um paletó e fumando a pedra.


“Me dá uma beiradinha”, pede o advogado que teria gasto R$ 20 com a droga. A gravação - segundo o SBT - foi feita no dia 29 de outubro deste ano.


Ércio Quaresma, 46 anos, já havia admitido que era usuário em entrevista ao jornal O Dia, do Rio de Janeiro, no último domingo (14). O criminalista está passando por um tratamento com o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, PhD em dependência química na Inglaterra. Os dois estão escrevendo um livro chamado ‘Bico na lata’, que contará a luta do advogado contra o vício em crack.


Quaresma avalia que "o crack - depois da bomba de Hiroshima - é a substância talvez mais avassaladora que o ser humano pode ter inventado". Ele precisa ser notificado sobre a abertura do processo e, depois disso, tem 48 horas para justificar as declarações.

Palavras-chave: Droga Crack Advogado Bruno Quaresma

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8 Comentários

João Guerreiro jurisconsulto19/11/2010 2:26 Responder

Belo artigo. Agora se entende a conduta profissional do Quaresma (nem lhe chamo Dr.), completamente equivocada, desequilibrada, e fora do contesto jurídico, próprio de quem tem os neurôneos já bastante afetados, ou seja, próprio de usuário do referido produto.

Robson Sinomar Q. da Silva Consultor Jurídico19/11/2010 11:14 Responder

Tem-se nos meios forenses e policiais de Minas Gerais, o que o Dr. Quaresma não é respeitado por seu prestígio como causídico, e sim, é temido (e medo não é causado pelo respeito ou admiração), por sua agressividade que beira as raias da prepotência. Juízos de personalidade à parte, constata-se que a droga ilícita não escolhe a vestimenta - se a da gravata ou da simples camiseta suja, bermudas rotas e pés descalços. Ele tem razão, entretanto, ao traçar o paralelo do crack com a bomba de Hiroshima. Torço para que ele, como ser humano, possa se recuperar e que com o seu livro, ensine aos jovens que é um grave equívoco a fuga pelos entorpecentes. Estará prestando com isto, um grande serviço à sociedade.

Sebastião Pereira Gomes advogado19/11/2010 12:16 Responder

Dr. Quaresma, suas declarações, embora reflita a verdade da sua vida, não poderia ser dita, pois ouvida por milhões de crianças e jovens que são influenciados pela midia. Agora voce tem o dever de mostrar que consegue largar as drogras e que, voce, é mais forte que ela. Fé em Deus e força de vontade que sairás vencedor.

Dênis Delavi Advogado - RS19/11/2010 13:39 Responder

Independente das manifestações do nobre causídico, trata-se de uma droga que causa forte dependência já nas primeiras vezes, assim vejo que a posição da OAB pode estar precipitada em querer suspendê-lo, visto que trata-se de uma doença e assim deve ser devidamente tratada. Sendo uma pessoa culta, certamente não se negará ao tratamento que deve ser buscado imediatamente.

Felipe Santiago Advogado19/11/2010 17:49 Responder

O uso do crack por milhoes de pessoas tem se tornado uma questão de saúde pública, pois se tem notícia que no Brasil há mais de 4 milhoes de pessoas acometidas desta doença que elimina o usuário em poucos anos. De fato deverá a OAB/MG se atentar aos principios da dignidade humana e buscar informações com o médico psiquiatra a fim de esclarecer o grau de dependencia do nobre colega. Nao basta exclui-lo, aplicar suspensão, pois somente assim estaria discriminando e nao tratando do problema de saúde.

Rita de Cássia Alves previdênciaria19/11/2010 20:12 Responder

Lamentável a situação do colega, pessoa culta e conhecida. Realmente a droga não escolhe classe social, a roupa que se usa ou quanto dinheiro se tem. Apenas o conhecimento e vontade de se libertar e acima de tudo fé em Deus para sair de tão humilhante situação, vitorioso para auxiliar outros nas mesmas condições, pois só quem já esteve lá tem experiência para motivar. Força, vontade de serenidade.

rejane advogada21/11/2010 23:56 Responder

Quem sabe ele não aproveitou a opinião para um pedido de ajuda em público e para chamar atenção para o mal que essa droga causa? Me parece que Elisa foi mais vítima do mundo das drogas e seus agentes do que de amante que não quer pagar pensão à filho.

Themistocles advogado24/11/2010 15:20 Responder

A OAB/MG esta indo na contra mão sobre um assunto que abala toda sociedade brasileira, o consumo de crack. Abrir processo disciplinar para resolver questões de um profissional sobre o uso desta droga, é no mínimo uma atitude desumana, onde carece de procedimentos assistenciais sobre um advogado inscrito nos quadros da Ordem, e que paga anualmente suas obrigações. Então, é dever da OAB/MG ficar ao lado do profissional, na tentativa de ajudá-lo a extirpar esse vício que causa danos irreversíveis a toda sociedade. Esta notório, que a droga já incide sobre os depoimentos do Causídico na mídia, onde a tese de sustentação sobre os fatos, estão em uma esfera alucinadora. Que Deus proteja nosso colega e que ele consiga sair deste calabouço impetrado pelo vício da droga.

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