Adoção de cotas enfrenta resistência de professores da USP

Proposta, que tem o aval do governador Geraldo Alckmin (PSDB), só entrará em vigor se for aprovada internamente nos conselhos da USP, Unesp e Unicamp

Fonte: Folha de São Paulo

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Professores de diferentes segmentos da USP divulgaram nos últimos dias posições contrárias ao projeto de cotas para alunos de escolas públicas, desenhado pelos reitores das universidades e pelo governo do Estado.


Entre os críticos estão, por exemplo, docentes de destaque da área de humanas, o diretor interino da Faculdade de Medicina e a associação de professores - as argumentações são diferentes.


Apesar de ter sido pensado pelos administradores das escolas, a proposta, que tem o aval do governador Geraldo Alckmin (PSDB), só entrará em vigor se for aprovada internamente nos conselhos da USP, Unesp e Unicamp.


Uma das inovações é a adoção de um curso intermediário, de dois anos, para os melhores estudantes de escolas públicas. Após essa etapa, os formados poderiam escolher as vagas oferecidas em cada curso das universidades, sem a necessidade do vestibular.


Em carta aberta enviada a professores e alunos, as professoras titulares (topo da carreira) Lilia Schwarcz, da antropologia, e Maria Helena Machado, da história, criticam o formato do programa.


Elas veem problemas no curso intermediário, que será, em parte, a distância.


"Não é difícil imaginar que teríamos uma USP predominantemente branca e notavelmente elitista contraposta a uma USP virtual, onde alunos de escola pública, de baixa renda e pretos, pardos e indígenas, ficariam em espaços separados", afirmam.


A Adusp (sindicato docente) criticou o cronograma proposto por reitores e pelo governo. O projeto foi divulgado oficialmente em dezembro. E deve ser aprovado até junho para que possa entrar em vigor já em 2014 (último ano do mandato de Alckmin).


Já a Frente Pró-Cotas Raciais da USP, que reúne professores, alunos e servidores, diz que "dois anos de espera [no curso] atrasarão o desenvolvimento educacional e profissional dos cotistas".

Palavras-chave: Professores USP Cotas Posições Contrárias Escolas Públicas

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5 Comentários

Jo?o Bar?o Juiz togado da comarca de Cascatinha06/03/2013 11:28 Responder

Esse grupo de resistência é o típico modelo aristocrata brasileiro, não querem saber de qualquer tipo de inclusão. Todos sabem que a USP é formada, pela maioria, de elitistas que estudaram nas melhores escolas/cursinhos do país

Carla Samaha Donato advogada06/03/2013 13:22 Responder

Pensando no atraso que dois anos acarretariam ao aluno, talvez fosse uma solução melhor que os melhores alunos das escolas públicas fossem detectados ja no ensino médio, e nos ultimos dois anos dessa etapa a USP já oferecesse um curso paralelo a eles junto com o ensino médio.

Fatima advogada07/03/2013 1:18 Responder

Certamente essa resistência esta sendo articulada pela elite, pois todos sabemos se nao houver a cota, somente a elite sentará nos bancos dessas universidades

tapa na cara lixeiro08/03/2013 19:20 Responder

Vão ler a Constituição... Já chega de destruir o ensino do país, retardados mentais. O país paga pela faculdade pública aos MELHORES E MAIS SÁBIOS ESTUDANTES. Agora dizem que já que nosso ensino fundamental e médio está estragado, QUE ESTRAGUE TAMBÉM O SUPERIOR! Vão pro inferno imbecis utópicos retardados e sem conhecimento do mundo real. Eu já estudei tanto em faculdade pública quanto em privada. EXPERIMENTEM, MENTECAPTOS, colocar um aluno destes cotistas de nível baixo numa aula de cálculo ou de estatística. Numa aula acelerada onde o professor joga os conceitos rápido e os alunos q se matem estudando caso n peguem rápido... O nível dos alunos deve ser homogêneo. E de sábios. Vcs são uns merdas que querem os filhos de vcs na faculdade por cotas. Vcs contrariam a constituição tanto no quesito de criar normas e direitos baseados em raças como em violar o princípio do merecimento intelectual. Daqui a pouco não bastasse o pessoal ter ódio dessa política de cotas que estraga tudo, começarão a aparecer comentários como: \\\"fátima, vc deve ser parda ou negra e por isso apóia\\\" E com isso vai começar a aparecer realmente ódio racial no Brasil. Pq até agora, em décadas, vi quando menino piadas, e até alguma exclusão racial. Mas ÓDIO... o ÓDIO vai começar a aparecer por causa destas imbecilidades que estes seres acima pregam. Parabéns! Parem um pouco de assistir novelas da Globo...

Fora Petralha professor 26/03/2013 5:05

Concordo em gênero, número e grau... até que enfim um ser pensante!!!

Joeci Valim Batalha Aposentado08/03/2013 22:14 Responder

Será que estes ilustres mestres estudaram em escola pública?. A deficiência do ensino médio vem desde a decada de 70. Esta proposta é realmente retroativa para todos os estudantes cotista ou não cotista. Querem elitizar ainda mais as faculdades públicas.

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