Supremo recebe denúncia contra deputado amazonense
Deputado é acusado pelo crime de peculato, por suposto desvio de recursos, para pagamento de salário de funcionários, em benefício próprio
Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) receberam, por unanimidade, denúncia (Inquérito 2005) na qual o deputado federal Silas Câmara (PSC-AM) é acusado da prática do crime de peculato, por supostamente desviar, em proveito próprio, recursos destinados ao pagamento dos salários dos funcionários de seu gabinete. Ao apresentar voto-vista, o ministro Dias Toffoli acompanhou o relator do processo, ministro Joaquim Barbosa.
A denúncia narra que o parlamentar teria montado um esquema para desviar recursos públicos – parte ou a totalidade dos vencimentos dos assessores parlamentares de seu gabinete –, e usaria esse dinheiro para pagar contas próprias e funcionários que trabalhariam em sua residência, no período de janeiro de 2000 a dezembro de 2001. Houve a quebra do sigilo bancário dos denunciados com autorização judicial.
De posse dessas informações, o MP diz que logo que alguns assessores do deputado recebiam seus vencimentos, sacavam parte ou até a totalidade dos valores e, logo no dia seguinte, ou em data muito próxima, aconteciam depósitos não identificados na conta do parlamentar.
Julgamento
A finalização do julgamento foi suspensa, no dia 11 de março deste ano, por um pedido de vista de Dias Toffoli, feito após o voto do relator, ministro Joaquim Barbosa, para o qual a denúncia apresentada pelo MP contém elementos da materialidade do crime apontado – peculato, delito previsto no artigo 312 do Código Penal –, bem como fortes indícios da autoria, motivo pelo qual votou pelo recebimento da denúncia.
Durante a sessão desta quinta-feira (2), Toffoli concordou com o relator, pelo recebimento da denúncia. “Não há nenhum dos motivos para se rejeitar essa denúncia, a meu ver”, disse. Em seguida, os demais ministros votaram no mesmo sentido.