Redução dos casos graves não indica recuo da nova gripe, dizem médicos

O Ministério da Saúde divulgou na última terça-feira (19) que o número de casos graves da nova gripe sofreu uma redução entre 9 e 15 de agosto.

Fonte: G1

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Ministério da Saúde informou que quantidade de quadros graves diminuiu. Especialistas dizem que é cedo para afirmar que epidemia retrocedeu.

O Ministério da Saúde divulgou na última terça-feira (19) que o número de casos graves da nova gripe sofreu uma redução entre 9 e 15 de agosto. Médicos ouvidos pelo G1, no entanto, ainda veem a redução com cautela e dizem que é cedo para afirmar que a epidemia está retrocedendo.

?De 25 de abril a 15 de agosto, foram registrados 20.820 casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) no país ? ou simplesmente casos graves. Segundo a distribuição destes casos por semana epidemiológica, observa-se diminuição no número absoluto de casos graves pelo novo vírus na 32ª semana, que vai de 9 a 15 de agosto?, afirmou o ministério em nota. O governo não tem o número total de casos da doença.

O próprio ministério, no entanto, ressalta que a redução é ainda ?um indicativo preliminar?. ?Muitas secretarias estaduais e municipais de saúde possuem casos não digitados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), a base de dados que o Ministério da Saúde utiliza para analisar a nova doença?, afirma a nota.

O médico David Uip, diretor do hospital Emílio Ribas, conta que, além da diminuição no número de casos graves, houve uma redução de 30% nos atendimentos ligados à doença no pronto-socorro do hospital. No entanto, ele diz que isso não quer dizer que a transmissão do vírus esteja retrocedendo.

?Não podemos dizer que vamos ter menos casos nesta semana agora. A semana passada foi mais quente aqui em São Paulo. Agora a temperatura caiu de novo, o que facilita a transmissão da doença?, afirma Uip. ?Além disso, houve o retorno às aulas e esperamos que novos casos apareçam por conta disso?, diz ele.

A assessoria do Hospital das Clínicas de São Paulo confirma a redução no número de casos graves, mas diz que não pode afirmar que isso tenha a ver com um menor número de casos, já que o hospital tem repassado parte de seus atendimentos para o Emílio Ribas. Além disso, a equipe do HC esperava uma redução nos atendimentos depois que o remédio para a nova gripe, o Tamiflu, pôde ser receitado por qualquer médico e retirado em postos pela cidades.

O infectologista Renato Grinbaum, do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo, vê com ceticismo a questão. ?Acredito que isso tenha mais a ver com um menor alarme da população?, afirma o médico. ?Houve uma histeria muito grande nas primeiras semanas. Agora o assunto está um pouco menos em evidência, as pessoas estão mais acostumadas, mais calmas?, afirma.

O infectologista da UFRJ Edimilson Migowski acredita que a redução não está relacionada a uma desaceleração da doença, mas à correção de um ?erro? do Ministério da Saúde. ?Antes o Tamiflu estava sendo dado apenas para algumas pessoas, as dos grupos de risco. Agora, que ele é receitado pelos médicos, ele tem sido mais bem distribuído. Isso diminui as chances dos casos da doença evoluírem para quadros graves?, afirma Migowski.

O médico Paulo Olzon, professor de infectologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), concorda com a avaliação de Migowski. ?Acho que faz todo o sentido. O Tamiflu deveria ter sido receitado pelos médicos desde o começo. Ele reduz a quantidade de vírus, a transmissão e a possibilidade de termos casos graves?, explica.

Palavras-chave: gripe

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