PT tenta abafar série de críticas internas à política econômica

A intenção também será mostrar que o governo avançou no âmbito da política industrial.

Fonte: Folha Online

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A cúpula do PT inicia nesta semana uma articulação para tentar abafar as sucessivas críticas de diferentes segmentos da sigla à política econômica do governo Luiz Inácio Lula da Silva. A intenção também será mostrar que o governo avançou no âmbito da política industrial.

No próximo domingo, o Diretório Nacional do partido se reúne para discutir o desempenho da economia. A intenção da direção petista, mais uma vez, será alinhar o discurso em defesa do governo. A avaliação é que a série de manifestos --encabeçados pela esquerda da sigla-- podem enfraquecer o partido e já produzem reflexos na base na Câmara.

"Eles [direção do partido] podem até tentar unificar a base, porque há um grande descontentamento com a política econômica. O que pode ocorrer também é uma tentativa de se unificar o Campo Majoritário, mas não acredito que dará resultado. As pressões estão crescendo, até mesmo na base do Congresso", disse o deputado federal Ivan Valente (PT-SP), que integra o Diretório Nacional.

Valente é um dos 15 signatários do último documento da esquerda petista cobrando mudanças na economia. Outro ponto do encontro do final de semana será tentar organizar o debate sobre o reajuste do salário mínimo. Na última reunião, a Executiva Nacional do PT lançou um documento no qual cobrava mudanças na política econômica para viabilizar a adoção de programas sociais e o crescimento da economia --que encolheu 0,2% em 2003. O texto foi o mais duro manifesto do partido sobre a gestão econômica. Em seguida, a esquerda da sigla, em novo manifesto, pediu mudanças mais agressivas.

O presidente nacional do partido, José Genoino, argumentou hoje que o debate sobre a política econômica deve ser amplo e "não pode ficar amarrado às metas macro-econômicas". "Tem de ser [um debate] sobre o nosso projeto de desenvolvimento para o país, com crescimento do emprego e da renda. Temos de debater como articular todas as iniciativas e projetos do governo como a política industrial, o projeto para a construção civil, o crédito popular, o aumento do salário mínimo, sempre dentro de uma visão de geração de emprego e renda", disse em entrevista ao site do PT.

Genoino afirmou também que é preciso "um bom salário mínimo, mas não cabe a nós [petistas] discutir números. É uma questão que mexe com a melhora da renda. Vamos trabalhar junto com o governo para termos um bom salário mínimo no 1º de Maio."

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