Procuradores anulam decisão que previa perda de cargo de promotor

Fonte: Folha Online

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O Órgão Especial do Colégio de Procuradores do Ministério Público de São Paulo anulou nesta quarta-feira a decisão do Conselho Superior que, em abril, decidira considerar não-vitaliciado o promotor Thales Ferri Schoedl, acusado de matar um jovem e balear outro na Riviera de São Lourenço (Bertioga), no final do ano passado.

A sessão durou cerca de quatro horas e meia. Com isso, o caso volta a ser analisado pelo Conselho Superior. Depois, passa por nova votação no Órgão Especial do Colégio de Procuradores.

Enquanto isso, Schoedl fica suspenso, mas é remunerado, de acordo com a assessoria de imprensa do Ministério Público.

Caso a decisão fosse mantida nesta quarta, o promotor perderia o cargo e o foro privilegiado, passando a ser julgado no Tribunal do Júri de Bertioga, e não pelo Tribunal de Justiça do Estado.

Quando o crime ocorreu, Schoedl exercia a função de promotor de Justiça substituto em Iguape (litoral de São Paulo). A vitaliciedade é concedida somente a partir do segundo ano no cargo --Schoedl havia completado apenas um ano e três meses.

Crime

O crime ocorreu na saída de um luau. As vítimas faziam parte de um grupo que teria mexido com a namorada de Schoedl. Ele foi preso horas depois do crime e alegou legítima defesa.

O acusado disse que foi cercado após uma discussão e que disparou contra o chão, para dispersar os rapazes, que teriam imaginado que as balas eram de festim. Acuado, então, ele atirou na direção dos jovens.

Entretanto, ao contrário da versão apresentada por Schoedl, testemunhas ouvidas pela polícia disseram que, após passar pelo grupo de jovens, o promotor iniciou uma discussão, por achar que eles olharam para sua namorada. Em seguida, teria sacado a arma, atirado no chão e depois na direção dos garotos.

Diego Mendes, 20, que era jogador de basquete, morreu. Felipe Siqueira Cunha de Souza, 20, foi internado em estado grave.

No dia 16 de fevereiro, os desembargadores do Órgão Especial do Tribunal de Justiça concederam liberdade provisória ao promotor.

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3 Comentários

Izabel Cristina Tavares Costa estudante de direito23/06/2005 21:12 Responder

Isto se deve ao fato de que funcionários públicos federais e estaduais, como é o caso de juízes, promotores, policiais, que de algum modo possuem porte de arma funcional (devido a função que exercem dentro da sociedade), deveriam ter um preparo psicológico, pois são situações como esta de estresse é que devem ser evitadas, até porque este rapaz nos representa perante a justiça. Com toda certeza ele não soube como contornar a situação, e tentou resolver da maneira mais rápida e conveniente! Pois "achou" que estavam olhando para a sua namorada! Deve haver um treinamento prévio antes de qualquer porte de armas, seja ela funcional, para colecionadores ou desportistas!

Cátia Borges advodaga24/06/2005 22:00 Responder

A instituição Ministério Público não pode abrigar em seus quadros um membro que não possua equilíbrio suficiente para não se envolver em situações como essa. O fato de ter um porte de arma para garantir o exercício de suas funções exige dele, mais do que ninguém, equilíbrio e responsabilidade. Espero que o Colégio modifique sua decisão e exclua dos quadros da instituição uma pessoa sem preparo para presentar uma das únicas instituições que ainda merecem o respeito e a confiança da população.

Jesiel Nascimento Advogado26/06/2005 15:33 Responder

O comportamento daquele grupo de jovens diante de um homem armado e disparando, foge à reação natural da presevação da vida humana. Não temiam nem pela própria vida. É de se imaginar o que pretendiam fazer com o jovem promotor.

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