PL muda ECA e garante convivência de pais presos com filhos

Projeto busca assegurar a convivência familiar por meio de visitas periódicas

Fonte: Agência Câmara

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O Plenário do Senado pode votar nesta terça-feira (18) o projeto que busca assegurar a convivência familiar - por meio de visitas periódicas - a filhos que estejam com o pai ou a mãe presa. O Projeto de Lei da Câmara 58/2013, de iniciativa da presidente Dilma Rousseff, altera o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) para garantir esse direito. Se aprovada, a matéria seguirá para sanção.


O PL também estabelece que a condenação criminal não implica automaticamente a destituição do poder familiar. Essa situação só aconteceria em caso de crime doloso praticado contra o próprio filho e punível com reclusão.


Ainda na hipótese de destituição do poder familiar, a proposta exige que a citação do pai preso ou da mãe presa seja pessoal. Neste momento, o oficial de justiça deverá dar ao condenado a possibilidade de nomeação de um defensor para representá-lo no processo. Por fim, garante que o pai ou a mãe seja ouvida pessoalmente pelo juiz.


O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), relator na CDH (Comissão de Direitos Humanos), senador Eduardo Suplicy (PT-SP), ressaltou que a convivência é um direito natural, que tem fundamento na própria essência do ser humano. Suplicy acrescentou que tanto pais e mães, quanto seus filhos, têm direito a manter seus laços afetivos, por meio de visitas periódicas, ainda que aqueles estejam momentaneamente privados de liberdade. O projeto já passou também pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).


Para o senador Humberto Costa, relator do projeto na CCJ é imprescindível reconhecer a importância, para crianças e adolescentes, do convívio com seus pais e mães. Esse convívio, argumentou o senador, é essencial para o desenvolvimento pleno dos filhos. De acordo com o parlamentar, o contato com a família e com os filhos é um estímulo importante na reabilitação de um preso.


Apoio


No final de 2013, por meio de uma nota, organizações e movimentos sociais, como AJD (Associação Juízes Para a Democracia), Grupo de Estudos e Trabalho Mulheres Encarceradas, Justiça Global, Pastoral Carcerária entre outros, declararam apoio ao PLC 58/2013. Conforme relato, as entidades afirmaram que eram testemunhas de vários obstáculos “impostos pelas instâncias penitenciárias e judiciais para que mães e pais privados de liberdade possam legitimamente conviver com seus filhos e filhas, levando às mais graves e cruéis violações aos direitos da criança, do adolescente e da pessoa em situação de privação de liberdade que se têm atualmente presenciado.”

Palavras-chave: direitos humanos

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2 Comentários

Gilliard estudante de direito18/03/2014 13:09 Responder

Não concordo com isso, presídios não são locais para serem frequentados por crianças, lugar de criança é na escola, na igreja, no seio familiar, nunca em presídios. Esse PL gerará muitas discussões, e se aprovado for muita dor de cabeça na sua execução. Sou Contra!

osvaldo operador de maquinas-estudante de direito19/03/2014 10:49 Responder

Isso é muito complicado o pai e mãe preso já é um exemplo nefasto na vida da criança agora levar essa criança pra dentro da carceragem é um absurdo,gostaria de saber se fosse na família desses políticos eles gostariam de velos na carceragem visitando seus entes

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